Qualcomm propõe uso da 5G para transmissão de TV aberta terrestre

Tecnologia pode ser utilizada sobre a infraestrutura atual de radiodifusão, afirma executivo da fabricante de chips

A fabricante de chips Qualcomm tem projeto para fazer da 5G não apenas uma tecnologia celular, mas também um padrão utilizado por emissoras de TV aberta em todo o mundo para transmitir programação. A empresa desenvolveu o que chama de 5G Standalone Broadcast, e cuja padronização está sendo feita pela entidade global 3GPP.

Segundo Francisco Soares, vice-presidente de relações governamentais da Qualcomm para a América Latina, a tecnologia pode ser utilizada tanto por radiodifusores, quanto por operadoras de telefonia móvel, para irradiar sinais de TV.

No caso dos radiodifusores, seria utilizado o espectro que eles já detém, de 600 MHz, e também a infraestrutura de torres. No caso das operadoras, as transmissões se dão no espectro da rede móvel, como 3,5 GHz.

O grande diferencial do sistema proposta reside na capacidade de trocar o “broadcast”, ou seja, transmissão de uma torre para múltiplos lares, pelo modelo “unicast”, de transmissão “um para um”. Ou seja, cada device pode receber um conteúdo específico a partir da mesma frequência. Com isso, exemplificou, fica mais simples restringir a cobertura de uma programação a uma cidade.

Para o executivo, a tecnologia também encerra de vez as disputas pelo uso dos whitespaces, as frequências livres de radiodifusão em diferentes áreas do país, por trazer eficiência à alocação do espectro disponível. Ele participou de painel do evento online Streaming Brasil, realizado pelo site Teletime, nesta terça-feira, 27.

Tecnologia sob análise do Fórum SBTVD

A proposta da Qualcomm concorre com outras soluções que visam aperfeiçoar a TV aberta no Brasil. O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre selecionou o padrão da empresa para realização de pilotos do que batizou de TV 3.0 ao longo de 2021.

Mas há outras tecnologias na disputa da terceira geração de TV aberta. O SBTVD também analisa as tecnologias Advanced ISDB-T, padrão japonês próximo ao atual padrão brasileiro, o ATSC 3.0, modelo norte-americano, e o DTMB-A, chinês. Todos estes também integram os pilotos do Fórum para tecnologias de transmissão, previstos para terminarem na segunda metade do ano.

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Rafael Bucco

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