Qual a ‘killer application’ do 5G? Claro, TIM e Vivo respondem
Qual é a ‘killer application’, a aplicação inovadora que vai atrair usuários e gerar receitas gigantescas para as operadoras? Executivos das três operadoras móveis nacionais apresentaram suas opiniões sobre isso em evento ocorrido hoje, 15, em São Paulo.
Para a Claro, continuará a ser a banda larga móvel. Isso não quer dizer que a tele descarta outras aplicações, mas que seu foco recai sobre o acesso à internet em massa e em alta velocidade.
“No final do dia, assim como aconteceu com o 3G e o 4G, o enhanced mobile broadband vai ser a ‘killer application’, porque sempre será a grande base de consumidores que gerará mais receita”, resumiu Paulo César Teixeira, CEO B2C da Claro, durante evento ocorrido em São Paulo nesta terça-feira, 15.
O executivo argumentou que a adesão do consumidor à quinta geração está se dando rapidamente. “Temos 15% dos devices da nossa rede conectados em 5G. E o tráfego deles é 25% do total da rede. Ou seja, já é relevante. Este cliente consome 2x mais internet. E isso é comum a todos o recortes, já que 25% da nossa base é de 5G pré-pago”, comentou.
A velocidade de adesão fez a Claro decidir cessar os investimentos em expansão do 4G. Agora, todo aporte de capital em novas redes é feito na quinta geração. Contou que no quarto trimestre a Claro não terá mais nenhum celular apenas 4G à venda em suas lojas. E aposta no barateamento dos smartphones para atrair ainda mais clientes à tecnologia.
“Este ano teremos produtos sem subsídio abaixo de R$ 1 mil. Vamos fechar o ano com 85% dos aparelhos sendo 5G. A partir do 4º trimestre, só venderemos aparelhos 5G”, falou.
Para a TIM é…
Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, tem posição diferente. Sua expectativa é que novas tecnologias derivem do uso das redes 5G.
“Não vai ter um só ‘killer application’, serão vários. Eles irão aparecer. Acho que no momento é qualidade da banda larga. A gente está com 1,5 Gbps de velocidade agora no 5G na rede comercial aqui. Quem tem o 5G tem uma experiência muito superior ao outro”, falou.
Ele também contou que a adesão à nova tecnologia está acelerada. “Lembro que levamos quatro anos e meio para que o 4G se tornasse majoritário, para representar mais de 50% do volume de dados da nossa rede. Minha expectativa é que no 5G isso aconteça em três anos“, disse.
A seu ver, há ainda um segmento que carece de soluções. “Especificamente no B2B, não estou vendo dispositivos chegarem na velocidade que se espera, nem aplicações. Então no B2B tem potencial não capturado e que vamos demorar um pouco mais para atingir”, completou.
Para a Vivo é…
Alex Salgado, CRO da Vivo, vê grande oportunidade na exposição de rede, que permite às operadoras oferecerem acesso direto a funções recursos da rede a desenvolvedores.
“Atualmente tem um movimento de padronização de APis para exposição da rede. Vamos deixar a rede muito mais fácil de ser utilizada. Já estamos fazendo isso. Acredito que o Brasil está à frente neste movimento”, comentou.
Para isso pegar, será preciso variedade de empresas pensando em soluções específicas para diferentes verticais de mercado. Por isso a Vivo investe em novos negócios.
“Temos hoje um ambiente de colaboração aberta grande com empresas e startups. Aborda verticais de mineração, estradas, saúde, pets, educação e agro”, listou.
Salgado também testemunha a avidez do consumidor final pelo 5G, mas vê desempenho claudicante no atacado. “Vejo adoção crescente do 5G em geral. No B2B, a velocidade poderia ser maior, as empresas têm dificuldade em mostrar business cases para serem replicados”, conta.
Segundo ele, nas cidades onde as redes foram ativadas, o 5G representa mais de 20% do tráfego, embora representem cerca de 10% dos assinantes. “Em algumas cidades já percebemos queda do tráfego 4G. Nossas vendas de aparelhos têm sido só 5G. O Brasil não está atrás de nada. A adoção segue acelerada, mais rápida do que foi no 4G”, finalizou.