Quadros não quer dinheiro da universalização para enterrar cabos

Para o presidente da Anatel, o enterramento de cabos de telecom em dutos deve ser feito para melhorar a qualidade do serviço, com recurso das próprias operadoras.

shutterstock_donvictorio_infraestrutura_dutos_fibraO presidente da Anatel, Juarez Quadros, afirmou hoje, 6, que aguarda a proposta da área técnica para encaminhar ao Ministério da Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações as novas sugestões da agência sobre o que poderia ser feito com o dinheiro dos saldos gerados a partir das mudanças promovidas  nos Planos Gerais de Metas de Universalização (PGMU).

Na reunião de ontem, 5, do conselho diretor da Anatel, o conselheiro Leonardo de Morais foi duro em sua posição de cobrar da Agência uma resposta ao pleito do Ministério, feito ainda no ano passado. “Estamos  quase 90 dias fora do prazo estabelecido pelo Ministério, e até hoje ainda não decidimos a questão”, reclamou Morais.

Quadros disse, porém, que a agência formalizou ao Ministério pedido de mais prazo, e que  apenas existe na Anatel um documento  formalizado pelas operadoras no qual elas se recusam a assinar o PGMU IV, pois  questionam o valor do saldo a ser pago pelas concessionárias.

O conselheiro Leonardo resolveu tratar dessa questão em um outro processo correlato, quando as contas do que deve ser reinvestido em troca da diminuição do número de orelhões forem refeitas e diminuídos pelo menos R$ 200 milhões na dívida das empresas. A queda maior se deu na Oi, que também é a que tem a maior dívida  e o o valor total caiu de R$ 3,5 bilhões para R$ 3,3 bilhões.

Além das contas, Morais apresentou uma lista de propostas do que poderia ser feito com esse dinheiro.  Desta lista – construção de backchaul, constituição de fundo, enterramento dos cabos, ou redução da tarifa da telefonia fixa- o presidente da Anatel, não concorda, porém, com o enterramento dos fios.

Para Quadros, a retirada dos cabos dos postes das concessionárias de energia elétrica e seu enterramento em dutos subterrâneos devem ser feitos pelas concessionárias com recursos próprios, e não com recursos destinados para metas de universalização. ” Enterrar cabos é uma questão de qualidade de serviço, que deve ser arcada pelas  operadoras”, acredita ele.

Ontem, o conselheiro Aníbal Diniz, que havia pedido vistas à  proposta de Morais, sugeriu o seu arquivamento, o que provocou a reação. Para apaziguar a questão, o conselheiro Emmanoel Pereira pediu novas vistas do processo.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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