Projeto da Viasat prevê WiFi comunitário a R$ 3 por acesso

Viasat aguarda aval do TCU sobre contrato com a Telebras para abrir seu escritório comercial em São Paulo. Projeto de WiFi Comunitário começará pelo Nordeste.
Kevin Cohen, gerente geral de WiFi Comunitário da Viasat na América Latina

A Viasat, operadora de satélites que fechou acordo para uso integral da capacidade civil do satélite brasileiro SGDC, da Telebras, aguarda apenas o aval do Tribunal de Contas da União para abrir escritório em São Paulo e operacionalizar seus planos comerciais no Brasil.

A empresa deve implantar o sistema de WiFi comunitário primeiramente em comunidades do Nordeste. De lá, vai partir para outras cidades e para novos segmentos. O custo do acesso ainda está em estudo, mas as estimativas feitas até aqui mostram que R$ 3 por hora é um valor viável.

“Estamos cogitando diferentes modelos. Além do acesso por tempo, há o acesso por pacote de dados ou por tipo de aplicativo”, diz Kevin Cohen, diretor da iniciativa WiFi Comunitário. Segundo ele, cada conexão dentro da área do WiFi atingirá picos de conectividade de 25 Mbps.

Modelo compartilhado

O modelo do WiFi comunitário prevê que comércios locais recebam uma v-sat (antena), um roteador WiFi e um totem eletrônico para a aquisição de créditos por parte dos usuários. A própria Viasat elaborou um mapa das comunidades com no mínimo 150 habitantes onde o serviço seria rentável, mas não descarta no futuro abrir canais para que lojistas interessados ingressem no sistema.

O WiFi Comunitário já foi implantado em outras partes do mundo pela operadora norte-americana. No México, o projeto começou em maio de 2018 e mais tarde passou a ter apoio do Facebook. Desde então, já foram instalados 3 mil hotspots que, juntos, cobrem 1 milhão de habitantes.

“No Brasil o potencial é ainda maior. Esperamos chegar a alguns milhões de pessoas cobertas apenas um ano depois do começo do projeto”, acrescenta o executivo.

Além do WiFi Comunitário, Cohen diz que a empresa vai abordar também o mercado empresarial e o de companhias aéreas. “Fechamos acordo com a Embraer para embarcar nossa tecnologia em seus jatos privados. Nos EUA, há 1.300 aeronaves conectadas por nós”, diz.

Disputa judicial

Por enquanto, há um litígio no meio do caminho. A Viasat, juntamente com a Telebras, aguarda o aval do TCU sobre o contrato firmado entre ambas. O contrato foi contestado na Justiça pela operadora manauara Via Direta, que pede o direito de acessar parte da capacidade do SGDC, além de reparação por danos.

Uma liminar que barrava a Viasat de instalar equipamentos pelo país chegou a ser emitida, mas foi depois derrubada pela Telebras. “Estamos confiantes de que todos os litígios serão encerrados de forma a autorizar o contrato e a operação”, diz Cohen.

Enquanto o caso não é definitivamente encerrado na Justiça, estatal e parceira vão instalando equipamentos em escolas como parte do Gesac – programa de conectividade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A Viasat, por sua vez, espera ao menos a definição do TCU para iniciar sua operação no varejo.

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Rafael Bucco

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