Produção da indústria eletroeletrônica encolhe 1,9% em outubro

Queda em relação a setembro foi puxada pela retração do setor elétrico e de componentes eletrônicos

A produção da indústria eletroeletrônica encolheu 1,9% em outubro em relação a setembro deste ano, apontam dados agregados pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). O resultado é pior que a média da indústria em geral, que cresceu 0,3% no mês.

Segundo a entidade, a indústria elétrica encolheu 3,5%, puxando a média do setor para baixo. O segmento eletrônico manteve-se estável – queda de apenas 0,2%.

Na área eletrônica, houve crescimento na produção de aparelhos de áudio e vídeo (31,7%) em outubro, sobre setembro. Seguidos pela produção de instrumentos de medida (26,9%), informática e periféricos (4%) e componentes eletrônicos (0,7%). Ainda na área observou-se a redução de 5,4% na produção de equipamentos de comunicação.

Na comparação anual, houve crescimento de 4,9% da indústria eletroeletrônica em comparação ao mesmo período do ano passado.

Janeiro a Outubro

No acumulado de janeiro a outubro de 2022, a produção industrial do setor eletroeletrônico caiu 5,2% em relação ao igual período de 2021. Ao longo deste ano foi baixa a produção de elestrodomésticos, o que jogou a média para baixo nos dez primeiros meses.

Se fossem excluídos os eletrodomésticos, tanto da área elétrica quanto da eletrônica, a produção dos demais bens do setor eletroeletrônico recuaria apenas 0,9% no mesmo período. A produção de eletrodomésticos teve queda de 20,8%.

Na área eletrônica, a Abinee destaca o crescimento de 15,3% na produção dos componentes eletrônicos, seguidos dos bens de informática e periféricos (+5,9%).

Para a indústria de telecom, no entanto, o cenário é retração: a produção caiu 2,1% de janeiro a outubro.

Semicondutores

Ao longo do ano, as fabricantes locais apontaram problemas para aquisição de componentes da China, o que afetou o desempenho.

“A média móvel anual da produção total da indústria eletroeletrônica começou a indicar perda de dinamismo da atividade a partir do 2o semestre do ano passado. Esse comportamento vem sendo influenciado pela falta de componentes no mercado, principalmente de semicondutores e sua consequente alta de preços”, resumem os economistas da Abinee.

A Abinee diz que a situação começa a melhorar, mas ainda “está longe da normalidade”.

*É estagiário de jornalismo e escreve sob supervisão

Avatar photo

Ettory Jacob*

Artigos: 40