Postes: Aneel adia proposta para avaliar novas contribuições técnicas

Em contribuições solicitadas às áreas técnicas, Agência pede aprimoramento nas condições gerais de ocupação e exploração comercial de Espaços em Infraestrutura.
Postes desordenados: Aneel adia proposta para avaliar contribuições técnicas | Foto: Freepik
Impasse na Aneel adia a solução para postes desordenados | Crédito: Freepik

Em reunião nesta manhã, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), prorrogou o prazo de vistas à proposta de aprimoramentos da regulamentação relativa ao compartilhamento de postes entre os setores de distribuição de energia elétrica e de telecomunicações. A decisão foi unânime, em bloco.

Este é o segundo adiamento desde que o processo foi suspenso em outubro do ano passado e envolve o pedido de novas contribuições técnicas (saiba mais abaixo).  

Em 23 de janeiro, a diretoria concedeu prazo adicional de oito reuniões para que o autor do voto-vista, Fernando Luiz Mosna, retornasse com o processo para deliberação. Com isso, as conclusões teriam de ser apresentadas até esta terça-feira, 26, mas o diretor pediu mais tempo, de praxe, mais oito reuniões. 

A proposta foi formulada conjuntamente entre a Aneel e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), após consulta pública, e precisa da aprovação unânime de ambas autarquias. O Conselho Diretor da Anatel deu o aval, e o relator da Aneel, Hélvio Guerra, também apresentou voto favorável, só que não recebeu o apoio da maioria. 

O principal ponto de divergência é a previsão de que “a distribuidora de energia elétrica deverá ceder o direito de exploração comercial de Espaços em Infraestrutura, sempre que houver interessados”. O dispositivo diz ainda que a não realização do chamamento público ou a ausência de interessados não impede a distribuidora da cessão.

Nas possíveis modificações, discute-se acatar sugestão da Procuradoria da Aneel em  três pontos:

  • substituir o verbo “cederá” por “poderá”;
  • submeter a decisão de cessão a um aval conjunto da Aneel e Anatel – mas desde que “quando motivadas pelo interesse público e após processo administrativo que evidencie práticas não competitivas ou ineficiência do serviço prestado pela distribuidora”;
  • deixar expresso que o chamamento público para identificar e selecionar interessados na cessão do direito de exploração comercial de Espaços de Infraestrutura deve ocorrer “segundo as diretrizes estabelecidas pela Anatel e pela Aneel”.

Nova análise técnica

A Aneel adia a solução para os postes pela segunda vez para avaliar contribuições técnicas. Logo após o primeiro adiamento, no final de janeiro, memorando da Aneel solicitou “uma avaliação das áreas técnicas visando o aprimoramento e maior detalhamento do regulamento proposto”. 

De acordo com o documento, esse novo aprimoramento “deve focar, principalmente, nas Condições Gerais de compartilhamento de infraestrutura entre os setores de energia elétrica e telecomunicações,  abrangendo as condições gerais de ocupação, as condições para exploração comercial de Espaços  em Infraestrutura, o rito de regularização, as responsabilidades das distribuidoras, prestadoras  de serviços de telecomunicações e exploradoras de infraestrutura, entre outros”.

As recomendações da Aneel para as áreas técnicas foi de que a nova avaliação considere:

  • a necessidade de um maior detalhamento do rito;
  • a especificação do procedimento para identificar e avaliar as  concessionárias que eventualmente não estejam gerenciando adequadamente seus ativos, com  critérios detalhados; 
  • as possíveis consequências dessa avaliação, com a recomendação da manutenção, ou não, da atuação da distribuidora na gestão de seus ativos, ou a necessidade de  um terceiro explorador de infraestrutura assumir a atividade; 
  • a necessidade de um processo  administrativo específico, que permita a manifestação, contraditório e ampla defesa das partes envolvidas, garantindo mais transparência e segurança e reduzindo os riscos de judicialização.
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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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