Uso de Smart TV cresce 48%, mas streaming está longe de ultrapassar TV aberta, aponta IBGE

PNAD-TIC 2023 mostra trajetória de crescimento do uso da televisão para acessar a internet e queda dos tablets e microcomputadores. Telefone móvel segue em liderança e expansão.
Pesquisa do IBGE analisa uso do streaming no Brasil | Foto: Reprodução/Freepik
Pesquisa do IBGE analisa uso do streaming no Brasil | Foto: Reprodução/Freepik

Entre 2019 e 2022, o número de pessoas conectadas que utilizaram a TV para acessar a internet passou de 32,2% para 47,5%  – uma alta de 48% no período. Ao mesmo tempo, a TV aberta continua a dividir o espaço significativo com o streaming. Os dados são do módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento considera a população com mais de dez anos de idade. Esta foi a primeira edição a analisar a presença do streaming nas casas dos brasileiros. 

De acordo com o levantamento do IBGE, do total dos domicílios com televisão no ano passado, 43,4% (ou 31,1 milhões) utilizavam algum serviço pago de streaming. Destes, 95,3% também acessavam canais de TV, sendo 93,1% na TV aberta e 41,5% por assinatura.

A pesquisa do IBGE aponta que apenas 4,7% dos domicílios com acesso pago a streaming de vídeo não tinham TV aberta ou por assinatura. “Isso mostra que o streaming ainda está longe de substituir as modalidades mais tradicionais de TV”, explica o analista Leonardo Quesada, em nota. 

Apesar da expansão do uso da smart TV, o recorrente acesso à internet pela televisão ainda é minoria. Em 2022, 71,5 milhões de domicílios no país tinham televisão, o que significa que aqueles com SmartTV somam cerca de 34 milhões. 

Tipo de acesso à TV

No geral, a proporção de residências com TV (todos os tipos de modelo) diminuiu de 95,5% para 94,4%. “Isso ocorreu em todas as regiões e a maior redução foi no Norte: de 90,7% em 2021 para 89,9% em 2022”, consta no levantamento.

Ao todo, 65,5 milhões de domicílios tinham  recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta, o equivalente a 91,6% dos domicílios com TV no país, sendo 23,5% com antena parabólica (digital ou analógica) com sinal aberto. Nas áreas rurais, esse percentual chegava a 54,8% e nas áreas urbanas, a 19,2%.

O levantamento detalha que em 16% dos domicílios do país com TV (16,8 milhões) utilizavam antena parabólica analógica, ante 8,3% (ou 5,9 milhões) com parabólica digital de sinal aberto.

Ainda de acordo com a pesquisa, a proporção de domicílios com TV por assinatura em áreas urbanas caiu de 37,2% em 2016 para 28,8% em 2022. Ao contrário da área rural, onde essa proporção cresceu de 11,9% em 2016 para 19,8% em 2022.

O levantamento também analisou o porquê da população não contratar TV por assinatura. No ano passado, 35,3% daqueles que não possuíam alegaram que o serviço é caro, e 53,7% justificaram que não tinham interesse. 

Outros 9,2% não tinham o serviço de TV por assinatura porque acessavam vídeos pela internet e 1,1% não dispunham do serviço onde moravam. 

Aparelhos

No macro, a pesquisa concluiu que, em 2022, entre as 185,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade do país, 87,2% (ou 161,6 milhões) utilizaram a internet no período de referência da pesquisa, que considera os últimos três meses anteriores à entrevista. Em 2021, esse número foi  84,7% .

O celular segue como o dispositivo mais usado para acesso à internet e em trajetória de crescimento, ao contrário do tablet e microcomputador.

Veja no gráfico abaixo:

IoT

A PNAD TIC 2023 também  marca a edição primeira a analisar o uso de dispositivos inteligentes, as soluções de internet das coisas (IoT). Como resultado, foram identificados 14,3% (ou 9,9 milhões) domicílios com algum tipo de dispositivo do segmento no grupo com internet. 

No setor rural, o percentual foi 6,1% e no urbano, 15,3%. Entre as regiões, o menor percentual foi da Nordeste (9,9%) e o maior, da Sul (18,2%).

Com informações do IBGE*

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Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

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