Uso de Smart TV cresce 48%, mas streaming está longe de ultrapassar TV aberta, aponta IBGE
Entre 2019 e 2022, o número de pessoas conectadas que utilizaram a TV para acessar a internet passou de 32,2% para 47,5% – uma alta de 48% no período. Ao mesmo tempo, a TV aberta continua a dividir o espaço significativo com o streaming. Os dados são do módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento considera a população com mais de dez anos de idade. Esta foi a primeira edição a analisar a presença do streaming nas casas dos brasileiros.
De acordo com o levantamento do IBGE, do total dos domicílios com televisão no ano passado, 43,4% (ou 31,1 milhões) utilizavam algum serviço pago de streaming. Destes, 95,3% também acessavam canais de TV, sendo 93,1% na TV aberta e 41,5% por assinatura.
A pesquisa do IBGE aponta que apenas 4,7% dos domicílios com acesso pago a streaming de vídeo não tinham TV aberta ou por assinatura. “Isso mostra que o streaming ainda está longe de substituir as modalidades mais tradicionais de TV”, explica o analista Leonardo Quesada, em nota.
Apesar da expansão do uso da smart TV, o recorrente acesso à internet pela televisão ainda é minoria. Em 2022, 71,5 milhões de domicílios no país tinham televisão, o que significa que aqueles com SmartTV somam cerca de 34 milhões.
Tipo de acesso à TV
No geral, a proporção de residências com TV (todos os tipos de modelo) diminuiu de 95,5% para 94,4%. “Isso ocorreu em todas as regiões e a maior redução foi no Norte: de 90,7% em 2021 para 89,9% em 2022”, consta no levantamento.
Ao todo, 65,5 milhões de domicílios tinham recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta, o equivalente a 91,6% dos domicílios com TV no país, sendo 23,5% com antena parabólica (digital ou analógica) com sinal aberto. Nas áreas rurais, esse percentual chegava a 54,8% e nas áreas urbanas, a 19,2%.
O levantamento detalha que em 16% dos domicílios do país com TV (16,8 milhões) utilizavam antena parabólica analógica, ante 8,3% (ou 5,9 milhões) com parabólica digital de sinal aberto.
Ainda de acordo com a pesquisa, a proporção de domicílios com TV por assinatura em áreas urbanas caiu de 37,2% em 2016 para 28,8% em 2022. Ao contrário da área rural, onde essa proporção cresceu de 11,9% em 2016 para 19,8% em 2022.
O levantamento também analisou o porquê da população não contratar TV por assinatura. No ano passado, 35,3% daqueles que não possuíam alegaram que o serviço é caro, e 53,7% justificaram que não tinham interesse.
Outros 9,2% não tinham o serviço de TV por assinatura porque acessavam vídeos pela internet e 1,1% não dispunham do serviço onde moravam.
Aparelhos
No macro, a pesquisa concluiu que, em 2022, entre as 185,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade do país, 87,2% (ou 161,6 milhões) utilizaram a internet no período de referência da pesquisa, que considera os últimos três meses anteriores à entrevista. Em 2021, esse número foi 84,7% .
O celular segue como o dispositivo mais usado para acesso à internet e em trajetória de crescimento, ao contrário do tablet e microcomputador.
Veja no gráfico abaixo:
IoT
A PNAD TIC 2023 também marca a edição primeira a analisar o uso de dispositivos inteligentes, as soluções de internet das coisas (IoT). Como resultado, foram identificados 14,3% (ou 9,9 milhões) domicílios com algum tipo de dispositivo do segmento no grupo com internet.
No setor rural, o percentual foi 6,1% e no urbano, 15,3%. Entre as regiões, o menor percentual foi da Nordeste (9,9%) e o maior, da Sul (18,2%).
Com informações do IBGE*