PL que flexibiliza uso do Fust avança no Senado

Proposta prevê o financiamento da cobertura de telefonia móvel em 100% dos distritos com mais de mil habitantes

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira, 17, projeto de lei que permite uso dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para garantir a cobertura do sinal de telefonia celular em 100% dos distritos brasileiros com população superior a mil habitantes. O texto segue para a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), onde tem tramitação terminativa.

O PLS 222/2017, de autoria do senador Jader Barbalho (MDB-PA), também garante o financiamento da implantação e a operação da infraestrutura. Segundo Jader, muitas localidades do país ainda não contam com a cobertura do serviço. Isso porque as regras em vigor não obrigam as operadoras a implantar o sinal na totalidade dos distritos que integram sua área de prestação, restringido a oferta, principalmente, nas sedes municipais, explica.

De acordo com o projeto, com a liberação dos recursos, as prestadoras de telefonia terão prazo de 180 dias para que tornem a cobertura de sinal acessível a essas localidades. Conforme apurado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em fiscalização de 2017, dos R$ 20,5 bilhões arrecadados pelo Fust entre 2001 e 2016, apenas R$ 341 mil foram efetivamente aplicados na universalização dos serviços de telecomunicações.

Intervenção mínima

O relator, Otto Alencar (PSD-BA), avalia que o projeto vai ajudar a ampliar a cobertura dos serviços de telecomunicações móveis de interesse coletivo. Ele apresentou três emendas. A primeira é para aprimorar a redação a fim de deixar claro que somente os serviços de telecomunicações de interesse coletivo, explorados em regime público ou privado, poderão se beneficiar dos recursos.

A segunda alteração é um ajuste decorrente do fato de os serviços móveis de telecomunicações serem explorados em regime privado, devendo ser observada a regra da mínima intervenção do poder público. O senador ressalta ainda que a obrigatoriedade de cobertura estabelecida pela Anatel se limita a 80% da área urbana do distrito sede do munícipio.

Dos 4.717 distritos não sedes, 2.012 não possuem nem sequer uma antena (ERB) instalada, informa o relatório. A cobertura das redes móveis de quarta geração (tecnologia 4G) também é deficiente, sendo 1.085 municípios sem acesso. Os dados são do Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações 2018 (Pert 2018).(Com Agência Senado)

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Da Redação

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