Pharol, sócia da Oi, processa Deloitte por rombo de €897 milhões
A Pharol, holding portuguesa com maior fatia da concessionária brasileira Oi, comunicou ao mercado hoje, 07, que entrou com ação na Justiça de Portugal contra a Deloitte. No processo, pede indenização pelo rombo de € 897 milhões descoberto em 2014 no caixa da Portugal Telecom, operadora da qual detinha o controle. A Deloitte era responsável pela auditoria financeira da PT na época em que foram realizadas as transações.
Segundo a Pharol, houve “violação dos deveres contratuais” por parte da Deloitte. A auditoria se junta a Henrique Granadeiro, antigo CEO da PT, e Luís Pacheco de Melo, ex-CFO do grupo de telecomunicações, ao rol dos processados. Em 2014, o Grupo Espírito Santo, do qual fazia parte o Banco Espírito Santo (então sócio da PT) e a Rioforte, declararam insolvência. A PT tinha realizado, meses antes, transações de compra de títulos de dívida da Rioforte, que totalizavam quase € 900 milhões. Esse valor nunca foi pago pela Rioforte, que decretou falência no mesmo ano.
As operações teriam sido autorizadas por Granadeiro e Pacheco sem conhecimento do conselho de administração ou dos sócios da PT. A descoberta levou à uma revisão do acordo de fusão entre Oi e PT, reduzindo a participação da portuguesa na empresa resultante da união. A mudança permitiu à Oi vender os ativos operacionais da PT para fazer caixa. A holding portuguesa, por sua vez, passou a ter como ativos a dívida a ser cobrada judicialmente, e a participação na concessionária brasileira. Como nova estrutura, mudou o nome para Pharol.
“Nesta ação é peticionada indemnização correspondente à diferença entre o valor de Euro 897.000.000,00 e aquele que a PHAROL vier a receber no âmbito do processo de insolvência da Rioforte, bem como os demais danos que se vierem a apurar e acrescido dos juros de mora vincendos, contabilizados desde a data da citação até efetivo e integral pagamento”, esclarece a holding, no comunicado ao mercado. Na nota, a empresa não cita Zeinal Bava, que também comandou a empresa portuguesa, além da própria Oi, mas afirma que estuda responsabilizar mais administradores que ocupavam cargos de comando entre 2012 e 2014.