Argentina arrecada US$ 875 milhões com leilão do 5G na faixa de 3,5 GHz

Montante ficou abaixo do esperado pelo governo; Claro e Telecom Personal arremataram lotes de 100 MHz, enquanto Telefónica ficou com banda de 50 MHz
Argentina arrecada US$ 875 milhões em leilão do 5G
Leilão do 5G na Argentina deve dar fôlego aos cofres do governo (crédito: Freepik)

O governo da Argentina arrecadou US$ 875 milhões (aproximadamente R$ 4,37 bilhões) com o leilão do 5G, na faixa de 3,5 GHz, realizado na terça-feira, 24. As operadoras Claro, Movistar (Grupo Telefónica) e Telecom Personal arremataram os lotes do espectro.

A Claro e a Telecom Personal adquiriram 100 MHz, com ofertas de US$ 350 milhões (R$ 1,75 bilhão). A marca da América Móvil ficou com a banda de 3,3 GHz a 3,4 GHz. Já a Personal, empresa com sede na Argentina, arrematou a banda de 3,4 GHz a 3,5 GHz.

A Telefónica, por sua vez, levou um lote de 50 MHz, o qual compreende a banda de 3,55 GHz a 3,6 GHz. A oferta foi de US$ 175 milhões (R$ 874,8 milhões).

Os 50 MHz vagos poderão ser leiloados em outra ocasião ou destinados à estatal de satélites argentina Arsat. A sobra também comprometeu os planos do governo, que, em busca de divisas para aumentar as reservas e atenuar a desvalorização do câmbio, esperava arrecadar cerca de US$ 1,05 bilhão (R$ 5,25 bilhões) por meio do processo licitatório.

“A receita de quase US$ 900 milhões é muito importante em termos fiscais de confiança no setor privado. O meu agradecimento às três empresas que concorreram porque nos dá um maior apoio fiscal para o final do ano”, disse o ministro da Economia, Sergio Massa, que também disputa a presidência do país.

As licenças para uso do espectro valem por 20 anos. As regras do leilão preveem que as empresas implantem estações rádio base em cinco etapas, no período de até 84 meses (ou sete anos), em municípios com até 30 mil habitantes. As operadoras também precisam apresentar um plano de serviços para baixa renda.

O governo também anunciou um regime especial de importações relacionado ao 5G, envolvendo estações rádio base, fibra óptica e demais equipamentos necessários para implantar as redes de quinta geração móvel.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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