Para Labriola, da TIM, consolidação vai equilibrar a posse de espectro
O presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola também comentou hoje, 25, em uma live, o movimento de consolidação envolvendo Oi, TIM, Claro e Vivo. No caso, a Oi está vendendo os ativos que formam a Oi Móvel para um consórcio formado pelas três rivais.
Na opinião de Labriola, a consolidação é necessária ao mercado brasileiro. Ele disse que a redução de um concorrente não vai minar a competição. A seu ver, será benéfica, pois vai reequilibrar a balança em um insumo fundamental para as teles móveis: o espectro.
“Uma consolidação vai ajudar na distribuição de clientes e resultar em, mais ou menos, o mesmo nível de frequência. Se as frequências serão divididas, então haverá maior equilíbrio”, falou no evento realizado pelo site Infomoney. Ele não comentou se a redução de quatro para três operadoras móveis pressionará os preços praticados ao consumidor.
Atualmente, a Claro é a operadora celular com mais espectro, uma vez que comprou a Nextel, e suas licenças, no final de 2019. A TIM se opôs à compra na época, levando reclamação ao Cade justamente por considerar que haveria forte concentração de espectro nas mãos de um concorrente. Mas o Cade não viu problema na aquisição.
Labriola afirmou que o plano do consórcio é distribuir o espectro a ser comprado da Oi – caso o negócio seja concretizado – de forma a atender a empresa que tem menos insumo em cada região. O mesmo aconteceria com clientes. “Hoje a TIM tem forte presença no Paraná, mas 5% do mercado no Sergipe. Poderia ser uma divisão em que a TIM ganha escala no Sergipe”, exemplificou, ressaltando que a partilha pensada considera os limites impostos pela regulação setorial.
Labriola também defendeu que menos operadoras acabam tendo mais espectro, melhorando o serviço móvel prestado. “Nossa competição vai ser cada vez mais pela qualidade dos serviços. Se você distribui frequências entre quatro ou cinco operadoras, a quantidade de espectro de cada uma será menor, e a qualidade vai ser pior. O cenário seria de uma operadora melhor no atendimento indoor, outra no outdoor etc. E para o cliente, isso não importa, o cliente não quer escolher uma operadora para cada caso”, ressaltou.
Aluguel de torres vem junto
Adrian Calaza, CFO da TIM, reiterou que para a operadora, a compra dos ativos da Oi permitirá o “step up no nosso caso em termos de espectro”. E falou ainda que, além de levar frequências e clientes, o consórcio das operadoras também terá um contrato de uso das torres móveis da Oi.
As torres da Oi, vale lembrar, serão vendidas à parte. Um comprador obteve o direito de preferência no futuro leilão desse ativo, a empresa Highline do Brasil. Não serão vendidos às operadoras, mas os contratos de direito de uso, sim, estão no pacote.
“O contrato com torres vai nos ajudar a não ter de desenvolver novas torres nos próximos anos. A Oi tem revenue share de 12% do mercado, conseguiremos margem maior se clientes virem para nossa rede. Tem benefícios ainda do lado de infraestrutura por Capex e Opex”, adicionou Calaza.
Por fim, o CFO lembrou que, caso o negócio não seja fechado, vida que segue. “Com o deal seria interessante, sem o deal temos outro caminho a percorrer, tem o leilão de frequências, novos investimentos”, concluiu.
Por enquanto, a Oi não pode vender os ativos móveis. A empresa, que passar por recuperação judicial, propôs o alterar o plano de recuperação para prever a venda da unidade móvel. Este negócio precisa do crivo de credores e da Justiça para ser executado. Uma assembleia geral de credores está marcada para 8 de setembro, em que o assunto estará na pauta.