Para EAF e Abert, ainda é cedo para falar em sobra de recursos da limpeza do 3,5 GHz

Demanda está abaixo do previsto inicialmente. Enquanto cronograma privilegia capitais, distribuição e instalação dos equipamentos é voltado para famílias de baixa renda, que vivem longe do centro das cidades.
EAF e Abert estimam que nas capitais apenas 2% das pessoas usam TVRO
EAF e Abert estimam que nas capitais apenas 2% das pessoas usam TVRO

A Entidade Administradora da Faixa (EAF) – Siga Antenado registra baixa procura pelos kits de banda Ku, voltados para usuários de parabólica comum, que deve ser substituída devido ao uso da faixa de 3,5 GHz para o 5G. Apesar disso, considera que ainda é cedo para falar em sobra de recursos voltados para a distribuição gratuita dos equipamentos, que ocorre com dinheiro público.

De acordo com o cronograma do edital do 5G, a EAF é responsável por instalar gratuitamente os kits para famílias do CadÚnico. A entidade fica à disposição de agendamentos até 90 dias após a ativação do 5G no local. Depois desse prazo, caso o beneficiário não tenha entrado em contato, terá que pagar pelo próprio equipamento.

O CEO da EAF, Leandro Guerra explica que a expectativa é de que a demanda cresça conforme a ampliação da cobertura do 5G e, simultaneamente, a campanha de troca de equipamentos.

“Ainda estamos falando [de 5G] apenas nas capitais. Elas representam 2% da demanda. Embora tenham população grande, é um segmento pequeno no universo do projeto. Estamos só começando. Acredito que no interior chegaremos a uma demanda próxima ao esperado”, disse Guerra, durante live realizada pelo Tele.Síntese.

O CEO afirma que parte a base de dados da entidade leva em conta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE) apurada em 2018, com isso, os números podem estar defasados. Em João Pessoa, três pessoas procuraram a EAF e em São Paulo, 300, de acordo com Guerra.

No mesmo sentido, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende, afirma que a previsão é de distribuir de 8 a 9 milhões de kits ao final do processo de migração.

“Se não for necessário, o dinheiro volta para o Tesouro Nacional. Esse dinheiro é do Estado, e ele vai definir o que será feito. Mas concordo que ainda é uma discussão muito prematura”, afirmou.

A Abert firmou uma parceria com a EAF e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para treinar técnicos na instalação de kits, como forma de orientar também quem é usuário da parabólica comum, mas não está inserido no CadÚnico.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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