Para a Feninfra, alta dos juros deve ser compensada com Refis tributário
Na noite desta quarta, 16, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a taxa básica de juros para 4,25% ao ano, por unanimidade. Para a Feninfra (Federação Nacional de Infraestrutura de Redes e Telecomunicações), no entanto, é necessário conter os riscos inflacionários, mas também é importante que a taxa Selic não onere mais os custos das empresas.
Vivien Suruagy, presidente da Feninfra, defende a redução dos custos das empresas, via Refis tributário, manuntenção da desoneração da folha de pagamentos e o parcelamento, em até 60 vezes, de dívidas trabalhistas transitadas em julgado pela Justiça do Trabalho.
Ela salienta ser importante conter os riscos inflacionários, mas teme que um aumento excessivo da Selic possa inibir as empresas a buscarem crédito, dificultando a retomada do crescimento econômico. Propõe um equilíbrio da Selic entre a meta monetária relativa ao IPCA e a prioridade de estimular a economia e gerar empregos.
“Neste momento grave do país e do mundo, é necessário reduzir os custos das empresas. Por isso, defendemos Refis tributário, manutenção da desoneração da folha de pagamentos e adoção do parcelamento, em até 60 vezes, das dívidas resultantes de sentenças transitadas em julgado da Justiça do Trabalho”, afirma Vivien, em manifesto enviado à imprensa.
“Nossa entidade é representativa de 137 mil empresas, que empregam 2,2 milhões de trabalhadores. Para todo esse contingente, assim como toda a economia, a crise da Covid-19 exige providências que possibilitem um mínimo de equilíbrio no fluxo de caixa e previsibilidade”, diz a presidente da Feninfra.
Inadimplência
Para a dirigente, o aumento da demanda por serviços de internet e TI durante a pandemia, com milhões de pessoas trabalhando em home office, e o crescimento de compras, eventos e transações on-line, além das aulas remotas adotadas em todos os níveis do ensino público e privado, foi uma boa notícia, mas com reservas.
“Cresceram os serviços, mas também a inadimplência, criando-se um descompasso no custeio e fluxo de caixa das empresas do setor, que enfrentam dificuldades para fazer frente a custos atrelados aos encargos e dívidas trabalhistas, impostos e juros elevados”, conclui Suruagy.