Operadoras desconheciam uso de software espião pela Abin

Operadoras rebatem reportagem da Folha de S.Paulo e dizem que descobriram os ataques da chamada "Abin paralela" a partir de notícias na imprensa

As operadoras móveis nacionais brasileiras rebateram reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo. O periódico afirma, sem elucidar a origem da informação, que as empresa sabiam que suas redes estavam sob ataque da “Abin paralela”, grupo do governo Bolsonaro que espionou adversários políticos do ex-presidente.

As teles informam que só souberam dos ataques após notícias na imprensa em março de 2023 e que tomaram as medidas cabíveis à época, como informar a Anatel. Antes dos ataques, já vinham reforçando a segurança das redes.

Ontem a Anatel também soltou nota desmentindo que as operadoras soubessem de algo antes de as notícias virem a público e dizendo que segue investigando o assunto. A agência também investiga a origem dos ataques, uma vez que o software espião depende do uso de uma rede em outro país para explorar falha relacionada a serviço de roaming.

Veja o que diz cada operadora:

Claro

“A Claro informa que não teve qualquer conhecimento sobre a utilização de sistema de monitoramento de localização de usuários de telecomunicações, até que as notícias se tornassem públicas. A operadora passou esta mesma resposta à Anatel em ofício em abril de 2023.

A Claro reforça que investe constantemente em políticas e procedimentos de segurança, sempre em linha com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Regulamento de Segurança Cibernética e toda a legislação vigente, a fim de proteger suas redes e a segurança dos seus clientes.”

Vivo

“A Vivo reforça que não teve conhecimento sobre a utilização do software citado pelas reportagens até que as investigações fossem publicadas na mídia. Em abril de 2023, a empresa prestou este esclarecimento para a Anatel.
A empresa esclarece que investe, de forma contínua, em diversas tecnologias de segurança e prevenção a fraudes para a proteção de seus clientes”.

TIM

“A TIM esclarece que apenas tomou conhecimento sobre a utilização da ferramenta de monitoramento após as notícias veiculadas pela mídia. Além disso, o fato foi informado à Anatel, por meio de manifestação, em abril do ano passado, ressaltando que não sofreu nenhuma invasão ou vazamento de dados.

A operadora reforça seu compromisso com a privacidade dos clientes, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), destacando medidas contínuas para mitigar eventuais vulnerabilidades trazidas pelo tipo de dispositivo destacado nas matérias desde 2019. A empresa está à disposição da Anatel para esclarecimentos adicionais, evidenciando sua postura sempre proativa na proteção da privacidade dos usuários e na segurança da rede.”

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Rafael Bucco

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