Anatel confirma que invasão da Abin em celulares ocorreu sem interação das operadoras

Segundo a agência, as teles têm instalados sistemas de proteção contra o software First Mile, usado pela Abin, e similares há vários anos. Mas determinou que novos testes fossem feitos pelas empresas.

Crédito: Freepik

A Anatel confirmou hoje, 25, ao Tele.Síntese que a invasão da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para o monitoramento de celulares em todo o Brasil, com a utilização de um software  batizado por “First Mile”, fabricado pela Cognyte (ex-Verint), ocorreu sem qualquer interação da operadoras de celular que atuam no país, conforme noticiou o jornal  O Globo. 

Segundo fontes da agência, assim que surgiram as primeiras notícias sobre o uso indevido da Abin, foram abertos processos junto as operadoras, e a Anatel constatou que as empresas têm instalados ” há vários anos” sistemas de proteção contra esse software de invasão ” e outros similares”.

De qualquer forma, a Anatel determinou que as operadoras façam novos testes “sobre a suficiência da proteção implantada”, o que já está sendo providenciado. A agência ainda não tem informações sobre a quantidade de celulares que teria sido afetada pela operação da Abin, pois essa apuração está a cargo da Polícia Federal.

Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje operação contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e que dirigia a Abin no governo Bolsonaro. As investigações da PF apontam para a existência de uma “Abin paralela”, que monitorava ilegalmente personalidades públicas e outras personalidades com o uso de sistemas internos que acompanhavam as localizações dos celulares sem autorização judicial. Entre elas, são citados o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, governadores de oposição e ministros do STF .

Na operação de hoje contra o parlamentar os policiais apreenderam computadores, documentos e pendrives na casa e no gabinete. O deputado

Segundo o jornal, a PF apurou que o sistema invasor atuava na “infraestrutura crítica da telefonia brasileira”, sistema esse que foi adquirido com recursos do Orçamento da União, ou seja, dinheiro público. Com as informações do sistema invasor, o grupo construía argumentos de uso político e midiático e para obtenção de proveitos especiais, além de interferir nas investigações legais.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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