Open Finance soma 250 milhões de chamadas por semana

Cultura open na nova economia foi debatido na Febraban Tech. Santander e Bradesco disponibilizam consulta aos extratos de outros bancos.

Open Finance já conta com 250 milhões de chamadas por semana - Crédito foto: Cândida Bittencourt

O Open Finance já conta com 250 milhões de chamadas de APIs por semana no Brasil, um número considerável pelo pouco tempo de implantação. A informação foi repassada pelo diretor da Febraban, Leandro Vilain, em painel que debateu a Cultura Open na nova economia, na manhã desta quarta-feira, 10, durante o Febraban Tech.

Os grandes bancos, como Santander e Bradesco, presentes no painel, já oferecem alguns serviços em seus sites e aplicativos a partir do compartilhamento de dados, sempre com a autorização dos clientes.

O Bradesco, por exemplo, disponibiliza na aba ‘meus espaços’ os extratos de todas as contas dos clientes, do próprio Bradesco e de outros bancos, como forma de ajudar na gestão financeira. “Esta é uma tendência irreversível, já temos 8 milhões de clientes atuando ativamente a partir do Open Finance e, além de desenvolver novos produtos, estamos melhorando os já existentes”, afirmou o responsável pelas Plataformas Digitais e Ecossistemas s do Bradesco, Cristiano Gomes.

O Santander também investe na gestão financeira mais efetiva para seus clientes. A disponibilização dos extratos de contas já é comum a todos os grandes bancos. “Quem deu o consentimento já tem disponível decisões mais precisas a partir de novas funcionalidades que o Santander oferece. A análise de risco para o crédito também ganha novas variáveis a partir do Open Finance e eu diria que estamos sempre Em Produção”, analisa Jayme Chataque de Moraes, líder de Open Finance e CBDC do Santander.

Já a perspectiva da Serasa Experian tem foco no crédito. Leonardo Henrique, head do Open Finance da companhia, afirma que eles trabalham muito na categorização das transações, o que facilita e agiliza a concessão de crédito a partir do histórico de cada cliente. “O berço do Open Finance é o Reino Unido, mas o escopo brasileiro é infinitamente mais amplo. Eu acredito que em cinco anos, pelo menos 20% da população serão ativos no Open Finance”, prevê.

E os dados compartilhados são contabilizados aos milhões e trilhões, o que acaba dificultando a extração de inteligência em tempo real. Lincoln Ando, CEO e fundador da Idwall, explica que hoje os serviços mais usados a partir do Open Finance, mas que já poderiam ser utilizados antes, são gestão de contas pessoais, contabilidade e agregação de pagamentos na carteira digital. “Criamos um sistema operacional para trabalhar dados que proporciona uma jornada customizada com os dados em tempo infinitamente menor, eu diria em segundos”, explica.

Abertura de Contas

É no onboarding que o Santander também tem investido para ampliar sua atuação no Open Finance. Quem abre uma nova conta no Santander é convidado a dar o consentimento para compartilhar seus dados no portal do Open Finance. O banco tem mais de 50 milhões de clientes e boa parte deles consome serviços financeiros em outras instituições.

“A partir da análise dos dados compartilhados, podemos fazer um trabalho para que os clientes optem pelo Santander naqueles produtos que eles já usam em outras instituições, investimos no crescimento por produto”, afirma Jayme Chataque. Segundo ele, muitos clientes já sabem o que querem quando optam por dar o consentimento de compartilhar dados.

O que é

Conhecido inicialmente como open banking, o open finance representa uma expansão do novo modelo de serviço, que permite que os clientes solicitem o compartilhamento de seus dados pessoais, bancários e financeiros com terceiros, de forma segura e digital, mediante sua expressa autorização. Estas informações podem ser usadas para oferecer ao consumidor melhores ofertas de produtos e serviços personalizados e com melhores custos. Ele funciona no Brasil sob regulação e fiscalização do Banco Central. O sistema trabalha por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), que fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada.

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Redação DMI

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