Oi tem prejuízo de R$ 2,78 bilhões no 1º trimestre
A Oi divulgou na noite desta quarta-feira, 8, o resultado do 1º trimestre de 2024, no qual registrou prejuízo de R$ 2,78 bilhões, 120% acima da perda vista no mesmo período de 2023. A maior parte se deve ao endividamento da companhia. Segundo a operadora, a desvalorização do Real frente do Dólar impacta o valor da dívida em moeda estrangeiras. Além disso, a captação de tranches do financiamento emergencial (DIP) nos últimos 12 meses levou a um resultado financeiro negativo de R$ 2,37 bilhões.
Ainda assim, a empresa registrou prejuízo operacional (EBITDA de rotina) de R$ 201 milhões, contra resultado positivo de R$ 193 milhões um ano antes. A empresa registrou queda de 12,9% nas receitas líquidas, que somaram R$ 2,18 bilhões. Como os custos e investimentos (Opex+Capex) reduziram em menor proporção, 0,4%, não compensaram a retração na geração de caixa. A companhia terminou março com R$ 2,1 bilhões em caixa.
O carro chefe da empresa, a Oi Fibra, teve receitas de R$ 1,09 bilhão no trimestre, 0,4% a menos que um ano antes e 0,1% a mais que no trimestre imediatamente anterior. “Ao longo de 2023, o cenário macroeconômico ainda desafiador levou a uma intensificação competitiva no setor. Consequentemente, o ARPU apresentou redução de 1,7%
A/A e leve crescimento de 0,4% T/T no período”, explica o relatório. A unidade terminou o período com 4,04 milhões de clientes, alta de 1,1%.
A Oi Soluções, por sua vez, registrou queda de 18,9% ano a ano nas receitas, para R$ 475 milhões. Segundo a companhia, em função da perda de demanda por telefonia fixa. “A dinâmica do segmento vem sendo continuamente afetada pela mudança estrutural no setor, com a tendência de redução da demanda de serviços tradicionais, baseados em tecnologia de cobre”, diz. A unidade, vale lembrar, será o principal negócio da companhia após a venda da ClientCo e das ações na V.tal, caso o plano de recuperação judicial aprovado pelos acionistas seja homologado na Justiça – e executado.
A concessão da operadora, o braço de TV por satélite (DTH) e subsidiárias tiveram receita de R$ 607 milhões, queda de 25,6%, já esperada pela empresa, considerados áreas non-core.
A dívida da Oi terminou março em R$ 25,36 bilhões, alta de 21,1% em razão da tomada do empréstimo emergencial DIP, cuja com a primeira tranche foi recebida no segundo trimestre de 2022 e a última no primeiro trimestre de 2024. A dívida em moeda estrangeira atingiu 67,9% do total.
O balanço patrimonial da companhia mostra alta do patrimônio negativo. O passivo a descoberto passou de R$ 23,1 bilhões no começo de 2023, para R$ 30 bilhões agora. A companhia destaca no relatório a aprovado, por credores, do plano de recuperação judicial em abril, começo do segundo trimestre, e que tem por objetivo equacionar o endividamento.