Oi registra prejuízo líquido de R$ 2,83 bilhões no 3º tri

Oi cresceu receitas em banda larga por fibra, mas não conseguiu estancar as perdas resultantes dos serviços legados regulados, que seguiram encolhendo e dando prejuízo no 3º trimestre de 2023.

A Oi divulgou na noite desta quarta-feira, 8, o resultado do 3º trimestre de 2023, no qual teve prejuízo de R$ 2,83 bilhões. O valor da perda é 12,7% menor do que os R$ 3,24 bilhões do mesmo período de 2022.

O EBITDA (lucro ou prejuízo antes de impostos, depreciações, amortizações ou juros) foi negativo em R$ 330 milhões, ante resultado positivo de R$ 167 milhões um ano antes.

No relatório do resultado, a empresa credita o desempenho a uma aceleração na queda das receitas de serviços legados, que incluem voz fixa em área de concessão e TV por assinatura via satélite (DTH) “sem contrapartidas proporcionais em eficiência, dadas as atuais limitações do arcabouço regulatório”. Ou seja, por conta de obrigações, não consegue reduzir os custos que esses segmentos representam.

Também pesaram os custos de aluguel de rede junto à V.tal para “suporte ao crescimento da operação de fibra,
decorrentes do modelo operacional iniciado em jun-22”, explica.

Vale destacar que a empresa teve ainda impacto positivo contábil não recorrente no trimestre: a entrada de R$ 712 milhões referentes à conclusão da venda de torres de rede fixa para a Highline e do acordo Oi Móvel. Esse valor foi compensado pela diluição parcial da participação da Oi na V.tal.

O resultado financeiro da companhia segue se deteriorando. Ficou negativo em R$ 2,48 bilhões no trimestre, alta de 23,4% sobre o mesmo período de 2022. O fluxo de caixa foi negativo em R$ 532 milhões, piora de 29,3%. Segundo a companhia, em função dos custos dos serviços legados.

A dívida líquida, considerando o valor justo (já com amortizações aplicadas) está em R$ 22,7 bilhões. A companhia encerrou setembro com R$ 2,49 bilhões em caixa.

A receita líquida da companhia somou R$ 2,42 bilhões, queda de 12,6%, puxada para baixo pelo encolhimento dos serviços legados. A Oi Fibra, aposta da companhia para o futuro, cresceu 6%, passando a R$ 1,11 bilhão. A Oi Soluções, área corporativa, encolhei 7%, para R$ 693 milhões.

O balanço patrimonial do grupo indica um ativo total de R$ 29,72 bilhões e passivo de R$ 42 bilhões. Oi seja, há um passivo a descoberto (patrimônio líquido negativo) quase igual ao total de ativos: R$ 26,79 bilhões.

A companhia encerrou o 3º trimestre de 2023 com 4,03 milhões de clientes em banda larga fixa em fibra, alta anual de 5,4%. A receita por usuário, no entanto, diminuiu 1,6%, para R$ 92.

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Rafael Bucco

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