Oi: entre fornecedores clima é de cautela, mas não de desespero.
Ao contrário do que se poderia esperar, o clima entre os fornecedores de serviço da Oi é de confiança. Vários ouvidos pelo Tele.Síntese manifestaram a confiança de que o pedido de recuperação judicial não vai afetá-los, porque a companhia precisa manter a operação rodando.
Entre os grandes fornecedores, a confiança não é a mesma. Embora dados divulgados pela imprensa dêem conta de uma dívida com fornecedores da ordem de R$ 1, 5 bilhão, eles mesmos relativizam esse números. Contam que os pagamentos foram alongados de 30 para 180 dias, mas que têm sido cumpridos. Esses pagamentos são relativos à compra de sistemas e software, forma diferente do pagamento de serviços que é mensal.
A principal preocupação dos grandes fornecedores de sistemas e software, neste momento, é sentar com a Oi e entender como ela vai agir na recuperação judicial. “Pedimos uma reunião para entender como vai ser”, relata um grande fornecedor, que tem contratos de serviço e contratos de entrega de equipamentos. “Por enquanto, não dá pra avaliar”, enfatiza.
Os três maiores fornecedores da Oi de sistemas e software, pela ordem, são Huawei, Nokia e Erisson. Depois vem Amdos. Na área de serviços de TI, despontam Accenture e IBM. Mas são centenas de fornecedores de serviços na área de telecom, com destaque para implantação e manutenção de rede.
Um desses fornecedores, que tem na Oi seu maior cliente, demonstra tranqüilidade. Relata que há um mês renegociou com a C-Rede, empresa da Oi, seu contrato de serviços, com metas de execução e medição do que foi entregue, e que está com o recebimento em dia. “O pedido de recuperação vai afetar a dívida com os bancos. Não os fornecedores”, acredita ele.
Pra saber examente como se posicionar, a Abeprest, entidade que congrega as empresas implantadoras de rede, diretamente ou via terceiros, mandou hoje um questionário para saber a situação de seus associados frente à operadora e quais são suas reivindicações.
Mesmo com maior risco, um dos grandes fornecedores de tecnologia, que tem negócios em andamento com a Oi, da ordem de R$ 500 milhões, acha que os compromissos serão cumpridos. “Temos entender exatamente qual é a estratégia da companhia com o pedido de recuperação judicial. Mas, em princípio, achamos que vai honrar os compromissos com os fornecedores, pois precisa modernizar a rede e manter a operação rodando em boas condições”, avalia ele.