Oi adia a divulgação dos resultados, mas dá prévia dos números do 1º trimestre

A Oi adiou a divulgação dos resultados do 1º trimestre por precisar de mais tempo para concluir as demonstrações das empresas vendidas recentemente e receber relatório do auditor. EBITDA subiu 8% no período.

A Oi comunicou ao mercado nesta segunda-feira, 20, que adiou a divulgação dos resultados do primeiro trimestre. A data passou de amanhã, 21 de junho, para 28 de junho. A companhia afirma que precisa de mais prazo para concluir as informações trimestrais para o novo auditor independente, a BDO, concluir seu relatório.

A operadora diz ainda que contribuíram para o adiamento a “complexidade dos trabalhos de segregação de ativos nas três SPEs que integram a UPI Ativos Móveis e a necessidade de obtenção de pareceres dos auditores independentes para as respectivas demonstrações financeiras das três SPEs e a conclusão da venda da UPI Ativos Móveis e da venda do controle da UPI InfraCo”.

Para acalmar os ânimos no mercado, a tele divulgou números preliminares do trimestre encerrado em 31 de março. Os dados mostram receita estável de R$ 4,38 bilhões. O EBITDA de rotina (lucro antes de depreciações, amortizações, juros e impostos) ficou em R$ 1,22 bilhão, alta de 8%. O caixa, em compensação, ainda sofreu perdas acima de R$ 1 bilhão, e terminou o período com R$ 1,98 bilhão.

Recuperação judicial

Este não é o primeiro adiamento de divulgação de resultados da Oi. A empresa já tinha postergado por duas vezes a apresentação dos dados de 2021, pelos mesmos motivos.

A companhia passa, desde 2016, pela maior recuperação judicial registrada no Brasil. No último ano vendeu a Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo, e a Infraco (V.tal) a fundos do banco BTG Pactual.

Os negócios passaram por escrutínio regulatório do Cade e da Anatel – onde foram aprovados no primeiro trimestre. Com isso, as transações foram seladas já no segundo trimestre. Ambas, no entanto, exigiram uma arquitetura fiscal e regulatória.

A Oi criou empresas de propósito específico referentes à fatia de cada compradora, no caso da Oi Móvel, e uma para a V.tal, que foi segregada do grupo para ter o controle vendido.

Essas empresas criadas para precisam ter, agora, suas contas analisadas para constar no balanço, o que, como informou a Oi, contribui para a dificuldade em concluir o ITR rapidamente.

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Rafael Bucco

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