Oferta vinculante pela Infraco vem até fevereiro, afirma Winik, da Oi
A Oi espera receber entre janeiro e fevereiro uma oferta vinculante pelo controle da UPI Infraco, a unidade da empresa que reúne ativos de fibra óptica e será transformada em uma unidade atacadista tanto no transporte, como na última milha.
Conforme Bernardo Winik, vice-presidente de Clientes do grupo Oi, as negociações estão a todo vapor neste momento. Falta apenas que um dos potenciais compradores apresente uma oferta firme.
“A gente vem conversando com vários interessados. Esperamos ter uma proposta vinculante em janeiro, no mais tardar, fevereiro, para o closing [fechamento do negócio] ser no terceiro ou quarto trimestre de 2021″, disse durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 8.
Segundo o executivo, independente do resultado da venda do controle da Infraco, os planos de investimento da área de rede de fibra do grupo seguirão inalterados em 2021, uma vez que o negócio só será selado no final do próximo ano.
Expansão garantida
Winik afirmou também que, mesmo com a mudança no controle, a Oi terá contratos com a Infraco que garantirão a manutenção de certos planos de expansão da fibra condizentes com a estratégia da empresa de se tornar a maior operadora de banda larga fixa baseada em FTTH (fibra) do país.
O executivo lembrou que a venda do ativo vai trazer mais capital para o grupo e facilitar a continuidade dos planos de expansão. Para 2021, a Oi espera mais que dobrar sua base de assinantes FTTH.
Winik também afirmou que ainda está sendo desenhada a forma como os clientes da Oi Móvel – que será vendida em 14 de dezembro próximo – serão migrados para os compradores. A Oi tem proposta vinculante de consórcio formado por Claro, TIM e Vivo.
Há uma questão em aberto, que segundo o executivo ainda está sendo estudada, que é definir se clientes que tenham combo de banda larga fixa e móvel da Oi serão migrados ou permanecem na Oi Client Co, a empresa que restará após a separação estrutural da Infraco.
A Oi passa por um processo de recuperação judicial desde 2016. Um dos resultados do processo é a venda de parte dos ativos e transformação da empresa. A tele deixará de operar no mercado móvel, com a venda de seu braço para o segmento. Neste ano, já vendeu a unidade de data center e um conjunto de mais de 600 torres móveis.
O controle da Infra, a unidade de fibra óptica, é o próximo e derradeiro ativo de grande magnitude a ser vendido. A empresa espera receber no mínimo R$ 9 bilhões pela venda do controle, e vai permanecer com 49% das ações restantes. Após a venda deste ativo, a Oi será uma prestadora de serviços focada em banda larga, mais enxuta, detendo ainda o controle de infraestrutura de cobre, do qual é dona como concessionária.