Nextel segue em busca por um comprador
A Nextel divulgou hoje, 8, seus resultados financeiros para o terceiro trimestre. A operadora registrou receita de serviços e produtos de R$ 548,3 milhões . O valor é 13,7% inferior o obtido no mesmo trimestre de 2017. Em compensação, saiu do prejuízo operacional de cerca de R$ 295 milhões um ano atrás, para lucro operacional de aproximadamente R$ 5 milhões agora.
A receita média por usuário (ARPU) da empresa também caiu no período. Passou de R$ 59 ano passado para R$ 56 agora. O churn, por sua vez, caiu quase pela metade, de 4,47% para 2,68%. A explicação reside no fim do iDEN, que teve altas taxas de saída de usuário em função do processo de migração e desligamento promovido pela Nextel.
Câmbio e juros levam ao prejuízo
Os resultados da operadora, divulgados conjuntamente com os dados da sua controladora, a NII Holdings, mostram que a empresa continua a ter o desafio de equacionar a dívida. Acrescidos os custos de rolagem (juros) e perdas com a conversão do Real para o Dólar, neste ano de desvalorização da moeda brasileira, resulta em um prejuízo líquido de US$ 49,9 milhões, ou, cerca de R$ 197,6 milhões. Perda esta 41% menor que a registrada no semestre terminado em setembro de 2017.
Comprador
Em setembro de 2018, a Access Industries, através da sua afiliada AI Media Holdings, adquiriu a participação de 30% detida previamente pelo grupo Ice na Nextel Holdings, a qual é detentora de 100% do capital da Nextel Brasil. Segundo a NII Holdings, ainda há conversas com a Access Industries para “acordar a continuidade dos investimentos planejados a fim de contribuir para o crescimento da Nextel Brasil”.
Ao final de setembro, a Nextel Brasil tinha US$ 307 milhões em caixa, incluindo US$ 201 milhões de caixa não restrito e investimentos de curto prazo e US$ 106 milhões em conta garantia (escrow) para garantir eventuais obrigações indenizatórias relacionadas à venda das operações da Nextel México.
Segundo o relatório, o dinheiro é suficiente para manter as operações por “alguns anos”, diferentemente do que vinha sendo afirmado até o resultado do primeiro trimestre, quando a companhia estimava esgotamento do caixa em 2019. O que mudou, explica, foi a redefinição dos termos da dívida detida, que, diz a empresa, dão fôlego para as operações caso o novo plano de negócios, mais focado em 3G/4G e redução de custos, seja seguido à risca.
“A combinação do aumento da base de assinantes com a redução de custos levou a um aumento substancial do OIBDA. Com o fim da rede iDEN, estamos focados em continuar a execução do plano de expansão do 3G/4G e em converter esta expansão em aumento da lucratividade”, diz Roberto Rittes, CEO da Nextel Brasil.
O balanço ressalta, no entanto, que a NII Holdings segue em busca de um comprador para a Nextel Brasil. “Embora estejamos focados em gerir o negócio com eficiência, estamos considerando alternativas estratégicas com terceiros em relação à Nextel Brasil”, ressalta a holding. E destaca que as negociações podem, ou não, render frutos.