Mercado de RAN segue “excepcionalmente fraco”, aponta Dell’Oro

Relatório preliminar indica que vendas globais caíram de 15% a 30% no primeiro trimestre; queda é a mais acentuada para o período desde que a consultoria passou a monitorar o mercado
Mercado de RAN segue um "desastre", diz Dell'Oro
Primeiro trimestre do mercado de RAN foi um “desastre”, avalia Dell’Oro (crédito: Freepik)

O mercado global de redes de acesso via rádio (RAN, na sigla em inglês) “ainda é um desastre”, destacou a consultoria Dell’Oro em relatório preliminar sobre o primeiro trimestre deste ano. Na avaliação da empresa de análise do mercado de telecomunicações, as vendas de equipamentos ainda enfrentam dificuldades após o pico registrado em 2022.

Os dados preliminares indicam que o mercado de RAN diminuiu de 15% a 30% no primeiro trimestre deste ano, registrando o terceiro período consecutivo de contração de dois dígitos. O levantamento envolve desde a tecnologia 2G ao 5G.

“Os resultados no primeiro trimestre foram excepcionalmente fracos, sustentados por resultados fracos na maioria dos fornecedores”, diz a consultoria.

A Dell’Oro ainda reviu as projeções deste ano para baixo. Agora, a consultoria estima que o mercado global de RAN diminua de 5% a 8% ao longo de 2024. Vale lembrar que, na divulgação dos resultados do primeiro trimestre da Ericsson, o CEO, Börje Ekholm, disse que a consultoria estava otimista com uma previsão que indicava queda de apenas 4% nas vendas de RAN neste ano.

Segundo a consultoria, o declínio no intervalo de janeiro a março de 2024 foi o mais acentuado desde que começou a monitorar o mercado de RAN, em 2000. “É difícil encontrar uma fresta de esperança no primeiro trimestre”, afirma Stefan Pongratz, vice-presidente e analista da Dell’Oro, em nota.

Regiões e fornecedores

O relatório preliminar da Dell’Oro aponta que as vendas de RAN no primeiro trimestre caíram de forma acentuada na América do Norte, na Europa e na região da Ásia-Pacífico. Por outro lado, avançaram no Oriente Médio e na África. O resultado na América Latina ficou estável.

O ranking de vendedores permaneceu inalterado. No entanto, a Huawei, líder no segmento, tem aumentado a sua participação no acumulado dos últimos quatro trimestres. Na contramão, a Nokia tem perdido espaço no mesmo intervalo.

Com base em vendas globais, o ranking de fornecedores de RAN ficou com a Huawei na ponta, seguida por Ericsson, Nokia, ZTE e Samsung.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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