NEC será a integradora de piloto com OpenRAN da Telefónica na Alemanha

Fabricante japonesa vai liderar os trabalhos, coordenando diferentes parceiros. Telefónica Alemanha espera obter economias de até 30% em relação ao uso de arquiteturas proprietárias

A Telefónica Alemanha / O2 anunciou ontem, 15, que a NEC, será a integradora de sistemas para o primeiro piloto OpenRAN naquele país. Com isso, a empresa japonesa ficará encarregada de coordenar diferentes parceiros para viabilizar a conectividade na nova arquitetura de rede de acesso móvel.

Entre as empresas parceiras que terão algum papel na implantação do projeto piloto estão ADVA, Altiostar, GigaTera Communications, Intel, Red Hat, Supermicro e Xilinx.

A implantação será ampla. A Telefónica Alemanha é a primeira operadora do país a apostar na padronização aberta para a rede de acesso móvel. A ideia é que o OpenRAN possa ser usado em escala nacional no futuro.

No momento, a tele tem uma estação radiobase no modelo, na cidade de Landsberg am Lech, na Bavaria. Outras duas serão ativadas nos próximos meses. A expansão a outros pontos do país deve acontecer a partir de março.

Estratégia

Nos últimos anos, a Telefónica Alemanha, assim como outras subsidiárias do grupo, focou suas compras em apenas dois grandes fornecedores para constituir a maior parte das redes. De maneira geral, os equipamentos proprietários fornecidos por um fabricante não “conversam” com os equipamentos do outro.

Para diversificar sua planta, a tele decidiu explorar a alternativa da OpenRAN. O modelo prevê uso de hardware padronizado na rede de acesso móvel, o que permite a diferentes empresas fornecerem a parte eletrônica. Ao mesmo tempo, diferentes softwares podem ser integrados aos equipamentos.

O movimento OpenRAN ganhou força nos últimos dois anos, graças a esforços do governo Donald Trump em defesa da abordagem, a fim de fazer frente à expansão da Huawei no mundo.

A Telefónica Alemanha, no entanto, não cita esse movimento geopolítico. A empresa ressalta que seu maior objetivo, no momento, é observar se de fato o OpenRAN tem condições de reduzir custos de implantação e manutenção em 30%. A expectativa dentro da companhia é que muitas das manutenções e trocas de aparelhos sejam sanadas apenas por atualizações dos programas embarcados.

Já a NEC aposta na OpenRAN para retomar o mercado móvel perdido para Huawei, Ericsson e Nokia, que cresceram nos últimos anos com a oferta de sistemas proprietários.

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Rafael Bucco

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