Na Anatel, Eduardo Bolsonaro defende o fim da proibição à propriedade cruzada

Deputado, que foi indicado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, ao cargo de embaixador nos EUA, afirmou que lei do SeAC é "reserva de mercado do Brasileirão".
Na imagem de cima, Eduardo Bosonaro (centro) ao lado de Emmanoel Campelo (esq.) e Leonardo Morais (dir.). Na imagem de baixo, com o conselheiro Vicente Aquino.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi à Anatel nesta segunda-feira, 19. Ele se encontrou com o presidente da autarquia, Leonardo de Morais, com o vice-presidente, Emmanoel Campelo, e com o conselheiro Vicente Aquino. Nas reuniões, o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, defendeu o fim das regras que impedem a propriedade cruzada entre operadoras de telecomunicações e produtoras de conteúdo para TV paga.

“Argumentei pelo fim da proibição prevista na lei SeAC de 2011: quem produz conteúdo para TV não pode também distribui-lo e vice versa”, afirmou Bolsonaro em seus perfis nas redes sociais.

Segundo ele, a reversão teria o condão de gerar empregos e reduzir preços sobre conteúdo. “Temos que reverter isso na esfera administrativa e também na legislativa para dar segurança jurídica a quem queira investir no Brasil. Essa medida visa reduzir o desemprego e oferecer mais conteúdo aos consumidores por um preço menor”, disse, no Facebook.

A seu ver, a lei do SeAC gera mais problemas que soluções. “Não faz sentido termos uma lei de 2011 fazendo reserva de mercado do Brasileirão e criando entraves até na esfera da internet”, disse, referindo-se ao campeonato brasileiro de futebol, cujos direitos de transmissão são detidos pelo grupo Globo.

Sem mais detalhes, ele afirmou também que conversou com Morais, Campelo e Aquino sobre “5G, roaming único Brasil-EUA e também para todo o Mercosul”.‬

O filho de Bolsonaro já havia divulgado no começo do mês vídeo em que defendia o fim da proibição à propriedade cruzada, referindo-se abertamente à fusão entre AT&T, dona da Sky, e Time Warner, dona da HBO, Tuner, entre outras programadoras.

O entrave, previsto na Lei do SeAC, está barrando a fusão das empresas no Brasil. Avalizada pelo Cade com condicionantes, a união de AT&T com TimeWarner aguarda ainda decisão definitiva do conselho diretor da Anatel sobre o assunto. A área técnica da agência, ao se debruçar sobre a questão, emitiu parecer afirmando que, no Brasil, a fusão sem restrições não poderia acontecer. O assunto já tramita no conselho diretor.

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Rafael Bucco

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