Migração da TVRO para a banda Ku já é comprovada, enquanto há dúvidas para a mitigação, diz Moreira
O relator do edital do leilão 5G na Anatel, conselheiro Moisés Moreira, disse, nesta terça-feira, 22, que a área técnica da agência já tem elementos bastante claros sobre o tratamento a ser dado em relação a interferências da nova tecnologia no serviço de TVRO, na faixa de 3,5 GHz. Segundo ele, tanto a mitigação com uso de filtros e novas antenas, como a migração para a banda Ku, têm preços e prazos equivalentes.
A diferença, diz Moreira, é de que o funcionamento do serviço na banda Ku já foi testado e comprovado em uma faixa harmonizada mundialmente, enquanto a mitigação ainda depende de definições, e sequer se sabe se funcionará. Para ele, a solução desse problema é fundamental porque o serviço de parabólica atende a 20 milhões de domicílios, sendo 8,3 milhões de lares de famílias inscritas no Cadastro Único dos programas sociais.
Além disso, o conselheiro disse que optar pela mitigação ainda representará abrir mão de 100 MHz do espectro, para servir de banda de guarda. “Isto significa que não poderia se discutir o uso da banda de 3,7 GHz a 3,8 Ghz em um futuro próximo para a 5G, sem discutir outra solução para o problema da interferência entre os serviços”, disse.
Sem contar na provável necessidade de antenas parabólicas com diâmetros 20 centímetros maiores. Moreira garante também que não haverá atrasos caso se opte pela migração, já que isso pode ocorrer em ondas, com planejamento de entrada.
Moreira participou de live sobre o modelo da licitação de espectro para a 5G, promovida no Painel Telebrasil.