Mercado em torno do sistema Android movimentou R$ 136 bi no Brasil

Número é de 2019 e foi calculado pela consultoria Bain & Company a pedido do Google. Leva em consideração a cadeia de produção de aparelhos e investimentos das operadoras em infraestrutura. Levantamento traça também perfil do desenvolvedor de apps.

O sistema operacional móvel Android está presente na maioria dos aparelhos celulares e tablets do Brasil, e por isso mesmo movimenta um volume colossal de dinheiro. Estimativa da consultoria Bain & Company, formulada a pedido do Google aponta que quase 2% do PIB de 2019, ou seja, R$ 136 bilhões, foram gerados a partir da venda de aparelhos e serviços ligados à plataforma – do desenvolvimento de apps a planos de conectividade.

Ainda de acordo com o estudo, realizado pela primeira vez no Brasil, estima-se que 630 mil empregos estão nesta cadeia de valor direta da plataforma Android, o que equivale a aproximadamente 35% dos trabalhadores na indústria de tecnologia e telecomunicações.

Desde 2002, quando a Blackberry lançou o primeiro smartphone do mercado brasileiro, o número de fabricantes saltou para 13, que vendem 50 milhões de dispositivos por ano (3% do total mundial, 56% do total da América do Sul).

Para chegar ao número, a consultoria considerou o mercado de smartphones desde a montagem, passando pela venda no varejo, seguros e assistência, e também de acessórios. Considerou ainda a venda dos apps na loja de aplicativos e serviços de desenvolvimento. Usou ainda números das operadoras de telecomunicações de investimento em infraestrutura, manutenção de rede e call centers para calcular o movimento financeiro em torno dos serviços de conectividade que passam pelos dispositivos e apps Android.

Perfil dos desenvolvedores

O estudo também fez um levantamento do perfil demográfico do profissional que trabalha desenvolvendo programas para Android. De acordo com o material, 80% dos desenvolvedores do país trabalham com o sistema operacional. Para 73%, o Android é a principal plataforma de programação.

O estudo indica que 59% dos programadores têm até 29 anos, 69% são do sexo masculino, 52% têm ensino superior completo, e 65% vivem na região Sudeste do país. Além disso, 42% têm renda que os inserem na classe C.

A pesquisa aponta ainda que o desenvolvedor local busca o Android por oferecer plataformas de código aberto de desenvolvimento, permitir a publicação de app ainda em estágio alfa ou beta de criação, e com investimento baixo. Ainda assim, a loja de apps da Apple, que usa o sistema rival iOS, é vista como mais segura e oferece maior retorno sobre o investimento.

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Rafael Bucco

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