Indústria 4.0 precisa de infra de telecomunicações para atingir todo o País, diz Semeghini
O avanço da industria 4.0 vai exigir a ampliação da infraestrutura de telecomunicações para assegurar a conexão das empresas com suas cadeias produtivas e as instituições de pesquisa. Para o secretário-executivo do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Júlio Semeghini, o governo tem uma grande responsabilidade quanto a isso e está atento.
“Primeiro, [precisamos] construir uma infraestrutura”, afirmou Semeghini na abertura de evento sobre o lançamento da Câmara Brasileira da Indústria 4.0., que pretende integrar as indústrias inteligentes que usam automação, IoT (internet das coisas, em inglês) e computação em nuvem. Formado por mais de 30 entidades, governo, empresas e acadêmicos, o colegiado pretende integrar iniciativas que poderão ser desenvolvidas no país.
“Nós ainda temos que levar banda larga para o Brasil”, prosseguiu. “Nós temos mais de 2.000 cidades que não têm acesso a isso. Nós temos um grande desafio de integrar agora. É que uma indústria 4.0 vai ter que estar conectada totalmente com toda a sua cadeia. É importante que todo o Brasil participe da formação desse processo e das oportunidades que virão”.
O secretário do MCTIC citou que a ampliação da infraestrutura de telecom depende da definição se vai haver ou não nova licitação das novas frequências “para gente começar a definir rapidamente o avanço para uma estrutura para a indústria 4.0 no País como um todo”.
Semeghini disse que conversou a respeito com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, presente ao evento, para que “todos possam participar desse jogo”, incluindo pequenos, médios e grandes operadores de todo o País.
Segundo o secretário, em breve, uma minuta de decreto presidencial sobre IoT será enviado pelo MDIC ao Planalto, após acerto outros ministérios.
Sem noção
Já o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, apontou que a grande maioria das empresas infelizmente ainda está na segunda fase da revolução e precisa passar pela terceira e pode pular direto para a quarta. “Muitas empresas não têm noção do que seja a quarta revolução”, destacou.
“Costumo dizer que, com a indústria 4.0, só vai sobrar uma coisa: o ser humano, porque tudo aquilo que é repetitivo está sendo transformado em aparelhos tecnológicos”, detalhou Costa.
A Câmara Brasileira da Indústria 4.0 terá quatro grupos de trabalho: “Desenvolvimento Tecnológico e Inovação”; “Capital Humano”; “Cadeias Produtivas e Desenvolvimento de Fornecedores”; e “Regulação, Normalização Técnica e Infraestrutura”.