GSMA pressiona governos por mais espectro

Entidade quer mais frequências e políticas de incentivo para que operadoras invistam na 5G logo. Também cobra dos reguladores harmonização das frequências que serão usadas mundialmente.

shutterstock_Grey Carnation_Tecnologia_Tendencia_Telefonia_Movel_5GA GSMA, associação mundial de operadoras móveis e fabricantes de equipamentos, divulgou hoje, 01, um apelo para que governos e autoridades reguladoras do setor de telecomunicações se comprometam em liberar mais espectro para a quinta geração de redes celulares (5G).

O comunicado enviado tem objetivo de pautar as discussões da Conferência Mundial de Radiocomunicações de 2019 (WRC-19), a ser realizada daqui a dois anos, quando os países deverão bater o martelo em torno de uma harmonização das frequências destinadas aos serviços de telecomunicações.

“É essencial que se disponha espectro móvel novo suficiente, e que as operadoras possam reutilizar o espectro existente para 5G quando necessário”, cobrou John Giusti, diretor de regulação da GSMA. Segundo ele, a decisão política vai ter impacto direto nos investimentos futuros. “Os governos têm um papel central na proposta da WRC-19 de identificar o espectro harmonizado para 5G e incentivar o investimento necessário em redes”, resume.

A GSMA defende, tradicionalmente, a liberação pelo menor preço da maior quantidade possível de espectro. As frequências disponíveis, no entanto, não são as mesmas nos vários países da comunidade internacional. Um esforço vem sendo feito nas conferências WRC para se chegar a um denominador comum e universal. Com essa harmonização, o desenvolvimento de novas tecnologia seria mais simples e a produção de equipamentos, mais barata.

O que a GSMA quer?
Neste momento, a GSMA tenta garantir que os governos destinem faixas já identificadas pela indústria como mais eficientes para uso nas redes móveis de próxima geração. Por isso, elegeu três intervalos de frequência como prioritárias para liberação ou regulação: Sub-1 GHz, 1-6 GHz e acima de 6 GHz.

No entender da entidade, a faixa Sub-1 GHz será destinada à cobertura ampla em áreas urbanas, suburbanas e rurais, conectando pessoas e também fornecendo os acessos para a Internet das Coisas (IoT). Isso já acontece em alguns países, inclusive no Brasil, que licitou os 700 MHz.

A faixa de 1-6 GHz inclui o espectro dentro do intervalo de 3,3-3,8 GHz, e deverá ser agregada pelas operadoras nos serviços inovadores 5G. Já as frequências acima do 6 GHz serão responsáveis pela entrega de conexões a velocidades ultrarrápidas. Neste caso, os desenvolvedores indicam maior potencial nas bandas acima de 24 GHz.

A GSMA sugere, também, que os governos criem políticas públicas para incentivar a ocupação dessas frequências pelo setor. “O ritmo de colocação do serviço [5G], a qualidade do serviço e a cobertura serão afetados sem estímulo do governo”, diz a entidade no comunicado.

Para o grupo, a WRC-19 será vital para tornar realidade a alta velocidade para 5G e dispositivos de baixo custo. Se a decisão não for tomada até lá, os planos das operadoras podem ser adiados. “[Governos e autoridades reguladoras] devem planejar o futuro, apoiar o espectro 5G antes e durante a própria WRC-19”, conclui.

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Rafael Bucco

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