Grupo TIM renova conselho e mantém Pietro Labriola como CEO

Chapa da situação, no entanto, não conseguiu aprovação para todos os dispositivos financeiros; Vivendi, crítica da venda da NetCo, formou maioria para o conselho fiscal
Pietro Labriola é reconduzido ao cargo de CEO do Grupo TIM; situação fica com maioria dos cargos do conselho
Pietro Labriola terá novo mandato como CEO do Grupo TIM; situação ficou com seis dos nove cargos do conselho (crédito: Divulgação)

Em assembleia geral de acionistas realizada nesta terça-feira, 23, a chapa da situação conseguiu ficar com a maioria dos cargos na eleição para a nova composição do conselho de administração do Grupo TIM (antiga Telecom Italia). Pietro Labriola, atual CEO, foi reconduzido para um novo mandato de três anos (2024 a 2026).

Indicada pelo grupo no comando da tele, Alberta Figari foi eleita para presidente do conselho, substituindo Salvatore Rossi no cargo.

Apesar de ficar com seis das nove cadeiras do conselho, a chapa majoritária teve algumas derrotas na assembleia. Os acionistas, embora tenham validado as demonstrações financeiras de 2023 – quando a operadora teve prejuízo líquido de 995 milhões de euros, ou R$ 5,2 bilhões –, não aprovaram seções do relatório sobre a política de remunerações e honorários pagos. As alterações ao plano de opções de ações 2022-2024 também não receberam votos favoráveis suficientes.

Conforme a votação, o conselho de administração para o período de 2024 a 2026 ficou composto da seguinte forma (os nomes assinalados com asterisco declararam cumprir os requisitos de independência).

Seis nomes da chapa majoritária:

• Alberta Figari (presidente)*
• Pietro Labriola (CEO)
• Giovanni Gorno Temtini
• Paola Camagni*
• Federico Ferro Luzzi*
• Domitila Benigni*

Dois nomes indicados pela Merlyn Partners (grupo que defende a venda da TIM Brasil):

• Umberto Paolucci*
• Stefano Siragusa

E uma diretora da lista apresentada pela Bluebell Capital Partners:

• Paola Gianotti De Ponti*

Segundo o Grupo TIM, a assembleia contou com a participação de 50,77% dos investidores detentores de ações ordinárias.

“Estamos convencidos da necessidade de prover à companhia uma estrutura financeira mais robusta, opções estratégicas e uma organização mais enxuta e claramente focada nas nossas áreas de negócio”, disse Labriola, em comunicado. “Estaremos atentos aos custos e, sobretudo, ao retorno da geração de valor no mercado italiano”, acrescentou o CEO, que também esteve no comando da TIM Brasil.

Conselho Fiscal

Em rota de colisão com a atual administração do Grupo TIM, a Vivendi, maior acionista individual da operadora italiana, se absteve da votação do conselho. No entanto, a lista apresentada pelo conglomerado de mídia francês obteve 75,4% dos votos para o conselho fiscal, ficando com a chapa majoritária.

Em nota divulgada na segunda-feira, 22, a Vivendi destacou que está preocupada se a liderança atual da TIM proporcionará um crescimento duradouro no valor das ações e se tomará decisões de negócios que favoreçam os interesses da empresa.

Além disso, frisou que “não apoia a chapa apresentada pelo conselho”, o qual considera responsável por fazer as ações perderem metade do valor e ter aprovado a venda da NetCo, a unidade de rede fixa, em novembro do ano passado. A Vivendi diz que o preço que o Grupo TIM acordou com a KKR, de cerca de 19 bilhões de euros, “não reflete o valor intrínseco deste ativo”.

A empresa ainda reforçou que prosseguirá com uma ação ajuizada contra o conselho no tribunal de Milão.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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