Em disputa por chips, China e EUA ampliam restrições a exportações

China proibiu a exportação de minerais críticos para chips, enquanto os EUA expandiram lista de tecnologias que não podem ser comercializadas com Pequim
China e EUA amplia restrições a exportações de tecnologia de chips
Tensão entre EUA e China volta a crescer envolvendo tecnologia de chips (crédito: Freepik)

A China proibiu, nesta terça-feira, 3, exportações para os Estados Unidos de minerais usados na produção de chips e demais bens de tecnologia, como gálio, germânio e antimônio. A medida é vista como uma reação às restrições impostas pelo governo norte-americano, no dia anterior, relacionadas ao comércio de insumos para fabricação de semicondutores com Pequim.

A ordem do governo chinês entra em vigor imediatamente. A proibição recém-anunciada, na prática, amplia medidas implementadas no ano passado, quando a China determinou limites para exportação com os Estados Unidos.

O Ministério de Comércio da China justificou a decisão citante preocupações de segurança nacional. Entre os materiais listados, gálio e germânio são usados, por exemplo, em semicondutores. O germânio também é insumo de tecnologia infravermelha, cabos de fibra óptica e células solares. O antimônio, por sua vez, é usado em balas e armas.

Cerco dos EUA

Na segunda-feira, 2, o governo Biden anunciou novas restrições de exportação relacionadas à fabricação de semicondutores para a China. A medida incluiu uma lista de 140 empresas proibidas de fazer negócio com companhias norte-americanas.

O pacote inclui restrições às remessas de chips de memórias de alta largura de banda, 24 tipos de equipamentos de fabricação de semicondutores e três ferramentas de software. Além disso, o governo norte-americano anunciou isenção de tarifas para países parceiros que adotarem políticas semelhantes.

As proibições dos Estados Unidos devem atingir mais de 100 fabricantes de ferramentas para fabricação de chips, mais de 20 empresas de semicondutores e duas gestoras de investimentos com negócios com a China.

A tensão nas áreas comercial e tecnológica entre as duas potências volta a crescer cerca de um mês e meio antes da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. A expectativa é de que o republicano mantenha a política de Biden de contenção da China.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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