Gebara alerta que cobertura não é o único fator para conectar clientes ao 5G

Para Christian Gebara, presidente da Vivo, a renda do brasileiro é um fator limitador ao acesso à tecnologia, e por isso é necessária a redução dos impostos sobre os aparelhos e sobre os serviços.
Gebara fala sobre a cobertura 5G
Christian Gebara, nos 50 anos do Painel Telebrasil. Crédito: Tele.Síntese

O presidente da Vivo, Christian Gebara, alertou hoje, 5, durante o Painel Telebrasil, que a cobertura  5G não é o único fator para garantir o acesso à conexão dos clientes e citou os entraves da renda e dos altos impostos como limitadores para a expansão dessa tecnologia.

¨Até hoje, nem todo mundo pode ter acesso ao 4G. Com o 5G, apesar de nossa cobertura já ter alcançado 57% da população, a nossa base de pré-pago é muito inferior a do pós-pago. Pois o dispositivo mais barato ainda custa mil reais, inacessível para a grande maioria dos brasileiros.  O valor da tributação sobre o aparelho e sobre o serviço ainda é muito alto¨, afirmou o executivo.

Além de reduzir os preços para ampliar o acesso à população brasileira, o setor reivindica receber  tratamento de serviço essencial na reforma tributária, a exemplo do que ocorre com os segmentos de energia elétrica e saneamento, para que a inclusão digital avance ainda com mais qualidade. O executivo lembrou, por exemplo, que a redução do ICMS sobre os serviços de telecomunicações, que foi promovida há dois anos, foi integralmente repassada para os usuários de telecom pelas operadoras, que, consequentemente, passaram a consumir mais serviços digitais e mais dados.

¨Entre as quinze principais nações do mundo, o Brasil é a que tem a pior tributação¨, lembrou. Por isso, reforçou o pleito para que  telecom seja contemplado, na reforma tributária, em votação no Senado Federal, com a incorporação de 100% do cash back no imposto federal CBS e 20% nos impostos municipais e estaduais, IBS, como devolução para a população de baixa renda, na reforma tributária¨, disse ele.

2030

O grupo Telefônica Vivo participa também do ¨conselhão¨, o conselho criado pelo presidente Lula com representação das empresas dos mais importantes setores produtivos brasileiros, e, segundo Christian Gebara, o grupo apresentou uma proposta com sugestões sobre os pilares estratégicos para o crescimento sustentável do país após o ano de 2030.

Entre as propostas, o grupo sugeriu que  o governo crie uma Secretaria Digital, vinculada à própria Presidência da República, que ¨orquestre¨ todas as iniciativas e estruturas que lidem com a digitalização da sociedade nas esferas Federal, estaduais e municipais.

50 anos

Ao comemorar os 50 anos da Telebrasil, entidade que congrega as grandes operadoras brasileiras, e que está sob sua presidência, Gebara lembrou ainda que o setor investiu, nos últimos 25 anos, mais de um trilhão de reais, mas que enfrenta um grande desafio com os grandes geradores de tráfego. ¨As cinco maiores maiores big techs geram 80 por cento do tráfego na rede móvel e 65 por cdnto na rede fixa¨, poucas empresas deterioram a qualidade do serviço. Precisamos encontrar um equilíbrio que assegure a sustentabilidade no uso da rede digital¨, afirmou.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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