Mercado espera escalada de redes privativas em 2025

Setor de telecom entende que ainda precisa convencer clientes a adotarem soluções de redes corporativas, mas já enxerga animação da indústria com a tecnologia
Mercado aposta em expansão das redes privativas em 2025
Mercado aposta em expansão das redes privativas em 2025

O mercado de telecomunicações tem grandes expectativas com as redes privativas, sobretudo a partir do ano que vem. A percepção é de que os investimentos em soluções desse tipo deslanchem à medida que a indústria note os ganhos de produtividade e redução de custos.

Na avaliação de Eduardo Massaud, gerente de Produto de Redes Privativas da Embratel, braço B2B da Claro, “os grandes investimentos vão começar a partir de 2025”, uma vez que as empresa estão observando resultados de provas de conceito e a adoção por concorrentes.

Ainda assim, Massaud diz que as operadoras ainda precisam convencer os clientes a implantarem redes corporativas. “Nenhum CIO acostumado a comprar WiFi vai adquirir uma solução simplesmente pelo state of the art. Uma vez que a gente consiga comunicar isso de forma clara, 2025 vai ser o ano das redes privativas”, afirmou o representantes da Embratel, nesta terça-feira, 12, no evento IoT e as Redes Privativas, realizado em São Paulo pelo Tele.Síntese.

Alberto Rodrigues, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Nokia América Latina, apontou que o mercado de redes privativas cresce 20% ao ano. Essa taxa de expansão deve ser mantida até 2030, ano em que o mercado latino-americano espera alcançar US$ 9 bilhões (aproximadamente R$ 52 bilhões).

“Vemos duas vertentes em crescimento: os segmentos que ainda estão testando e passarão a adotar e as empresas que já implantaram e querem ir além”, sinalizou Rodrigues.

No painel, Tiago Facchin, gerente de Tecnologia do Grupo Globo, revelou que a emissora conta com uma rede privativa em suas instalações no Rio de Janeiro e soluções portáteis para coberturas de grandes eventos. No caso da empresa, a “missão crítica” se trata de viabilizar transmissões de vídeo em alta resolução em áreas concentradas, com throughput elevado e baixa latência.

“Para esses casos, não tenho dúvida que em pouco tempo vamos recuperar o custo do investimento”, pontuou Facchin.

Desafios

O diretor de Soluções, Parcerias e Inovação B2B da Vivo, Adriano Pereira, apontou que o principal desafio para a massificação das redes privativas 5G é a baixa disponibilidade de dispositivos compatíveis com a quinta geração móvel. No entanto, ponderou que a escassez de equipamentos 5G não é exclusividade do Brasil.

“Nós não temos uma quantidade [de aparelhos] nem sequer próxima do 4G. Existem poucos fabricantes no mercado, com poucos devices homologados”, destacou Pereira.

Pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o gerente de Regulamentação, Felipe Roberto de Lima, reforçou que a autarquia busca se inserir nesse mercado como um “agente colaborador”, facilitando o acesso às frequências disponibilizadas para o serviço.

No que diz respeito aos aparelhos compatíveis com 5G, Lima disse que a agência tem um processo célere de certificação. Desse modo, em sua avaliação, a ampliação do rol de equipamentos é uma questão de mercado. “Dependemos do mundo, os fabricantes precisam trazer os dispositivos para o Brasil”, resumiu.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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