Futuro da Sercomtel deve ser decidido esta semana pela Anatel

O conselho diretor da Anatel deverá deliberar, em sua próxima reunião  de quinta, 4 de outubro, o que vai acontecer com a operadora de telefonia móvel e fixa da cidade de Londrina, a Sercomtel, cujo processo de caducidade e cassação de licença está aberto há mais de ano.

O conselho diretor da Anatel deverá deliberar, em sua próxima reunião  de quinta, 4 de outubro, o que vai acontecer com a operadora de telefonia móvel e fixa da cidade de Londrina, a Sercomtel.

A Anatel abriu processo de caducidade para a concessão de telefonia fixa, e cassação das licenças de celular e banda larga em 4 de agosto do ano passado, devido à situação de muita dificuldade econômica da operadora. A Sercomtel, que é administrada pela prefeitura de Londrina, por ser uma empresa pública, não pode nem pedir recuperação judicial e renegociar sua dívida, assim como fez a Oi.

Desde o ano passado, quando a Anatel decidiu pela abertura de processo de caducidade, os conselheiros esperam uma manifestação concreta dos controladores (ou seja, a prefeitura do município) de que estão buscando uma saída de mercado, visto que a prefeitura não tem dinheiro para bancar as necessidades de caixa da empresa, para evitar a ação mais dura do órgão regulador. O que, segundo dirigentes da Anatel, não aconteceu.

Conforme fontes que acompanham o assunto, a operadora teria até proposta de compra de outros agentes privados, o que poderia tirá-la da penúria em que se encontra, mas as negociações não avançaram. Um dos principais problemas para o saneamento das contas da empresa é o fato de que um plebiscito da cidade referendou a lei municipal que estabelece que a administração pública deve deter 51% do capital da empresa.

Os investidores que se interessaram pela operadora porém  só colocam dinheiro se assumirem o controle, ou seja, se a empresa for privatizada. A agência esperava uma sinalização da administração municipal de que iria buscar uma solução, pelo menos enviando um projeto de lei para a sua Câmara municipal, para alterar seu controle e tentar salvar a empresa.

Como isso não ocorreu, fontes informam que os dirigentes da agência perderam a paciência e resolveram agir, enquanto ainda há alguma coisa para salvar.

A  empresa fechou 2016 com prejuízos acumulados de R$ 175,6 milhões para receitas líquidas de R$ 162 milhões. Em 2017, conforme a imprensa da cidade, a operadora diminuiu o prejuízo líquido anual (em 2016 foi R$ 20,6 milhões e 2017, R$ 4,4 milhões), mas não conseguiu equacionar o grande dívida que acumula.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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