Frequências do leilão 5G custam de R$ 33 a 35 bilhões, avisa presidente da Anatel

Segundo Leonardo de Morais, migração da TVRO para a banda Ku exigirá aporte de R$ 2,5 bilhões. Atendimento a 14 mil localidades com pelo menos 600 habitantes será o compromisso mais caro, exigindo R$ 13 bilhões. Cálculos são preliminares.

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Leonardo Euler de Morais, afirmou hoje, 26, que as frequências à venda no leilão da 5G têm um “custo de oportunidade” de R$ 33 bilhões a R$ 35 bilhões para as operadoras. Além disso, ao longo dos próximos 20 anos, estima que as empresas terão de fazer investimentos adicionais na 5G  de cerca de R$ 80 bilhões.

Pelo modelo não arrecadatório do leilão, a intenção da agência é que desse valor sejam abatidos os custos dos compromissos contidos no edital, aprovado ontem, 25, pelo Conselho Diretor. Ele revelou preços preliminares dos compromissos da ordem de R$ 23 bilhões.

Morais ressaltou que os cálculos ainda estão sendo concluídos. Uma fez fechados pela área técnica da agência, terão de passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União.

Os cálculos preliminares mostram que a obrigação de cobertura de estradas federais para o comprador do espectro de 700 MHz custará R$ 2,6 bilhões em compromissos, além de demandar investimentos adicionais das operadoras da ordem de R$ 2 bilhões.

Os compromissos de backhaul, que preveem levar fibra óptica a 1.280 cidades atualmente sem tal infraestrutura, devem demandar R$ 2,5 bilhões.

A migração dos canais de TVRO para banda Ku, que prevê troca do parque de parabólicas por antenas DTH, tem custo estimado de R$ 2,5 bilhões – maior, portanto, que o R$ 1,6 bilhão que havia sido calculado no primeiro momento pela área técnica. A minuta proposta pelos técnicos previa a troca de kits apenas de quem vive onde não há TV digital terrestre. A minuta do conselheiro relator Carlos Baigorri, porém, retirou tal restrição, determinando a distribuição a todas as pessoas do Cadastro Único que usem TVRO, com ou sem TV digital terrestre em casa.

A rede privativa do governo federal, móvel em Brasília e fixa no resto do Brasil, exigirá aporte de R$ 1 bilhão das teles. E a rede óptica que atravessa a Amazônica, pelo programa Norte Conectado, custará R$ 1,5 bilhão.

O hercúleo trabalho de levar conectividade móvel a 14 mil localidades com pelo menos 600 habitantes custará “mais de uma dezena de bilhão de reais”, disse Morais. Ele ponderou que este é um dos cálculos que tem ainda maior imprecisão, e no momento é estimado em torno de R$ 13 bilhões. Nessas localidades vivem 6 milhões de brasileiros.

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Rafael Bucco

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