Fibrasil, o nome da rede aberta de fibra cujo controle está à venda pela Vivo
O presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, informou hoje, 24, que a empresa de infraestrutura óptica do grupo se chama Fibrasil – ao menos até que o um novo controlador seja definido e decida se deve ou não manter a alcunha.
As negociações para a venda do controle estão avançadas. Como avisou ontem ao mercado a operadora, um grande fundo de investimentos internacional deverá ficar com a maior parte das ações da nova empresa. O nome do fundo não foi revelado.
Embora se classifique como rede neutra, a unidade terá na Vivo o cliente âncora. Já nascerá, portanto, com geração de caixa. Os acessos que não forem usados pela Vivo poderão ser comercializados a terceiros. O comprador vai controlar o negócio e terá a Vivo e a Telefónica Infra, braço de infraestrutura fixa do grupo Telefónica, como sócios.
A Fibrasil vai receber 1,6 milhão de homes passed (casas aptas a assinar serviço em fibra), dos pouco mais de 15,7 milhões que a Vivo detém atualmente. E ficará encarregada de expandir a rede óptica a mais 5,5 milhões de residências até 2024.
A operadora também seguirá implantando fibra por conta própria nas áreas de seu interesse, onde a Fibrasil não terá presença. A meta é que as redes, somadas, representem mais de 24 milhões de homes passed até 2024.
Conforme explicou Christian Gebara, CEO da Vivo em conferência de resultados realizada nesta manhã, a tele vai pagar para utilizar essa rede, mas não terá mais os custos com investimentos. Sua expectativa é que a assinatura da venda do controle aconteça nas “próximas semanas”.
Múltiplos
No começo da semana, o grupo espanhol avisou que vendeu 60% da unidade de fibra no Chile, por cerca de US$ 600 milhões. O que significou, no caso, um múltiplo de 18,4x o EBITDA. Há expectativa no mercado brasileiro quanto ao múltiplo que será utilizado com a Fibrasil.
Para os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, do banco BTG Pactual, índice semelhante praticado aqui vai “destravar valor e, talvez mais importante, acelerar a implantação de fibra da companhia [Telefônica]”.
Gebara disse que a meta é fazer da Fibrasil a pioneira do mercado de redes “neutras” no país. Conseguir que o negócio seja fechado e a empresa estabelecida antes de iniciativas semelhantes em andamento por parte das rivais Oi e TIM. Ambas prometem fechar o contrato de venda de suas “Infracos” ainda este ano.
A visão no Grupo Telefónica, esboçada ainda em 2020, é que a companhia mais rápida será capaz de atrair a maioria dos novos clientes para a tecnologia FTTH. A fibra têm por enquanto 46,5% de market share no Brasil. Deve substituir quase por completo o cobre, ainda usado por 19,6% dos clientes, e o cabo coaxial, utilizado por 26,6%, nos próximos anos.