“Estamos fazendo nossa análise”, diz Griselli sobre possível compra da Oi Fibra

Presidente da TIM Brasil, Alberto Griselli, vê alta complexidade em possível aquisição da Oi Fibra por conta da relação contratual que a empresa tem com a V.tal, da qual é cliente âncora para a rede óptica.

O presidente da TIM Brasil, Alberto Griselli (foto acima), disse hoje, 7, que a empresa participou das sondagens feitas pelos agentes financeiros da Oi para a venda da Oi Fibra (a ClientCo). O executivo frisou que entre sentar para conversar e bater o martelo, há uma distância enorme. Mas que o grupo avalia o negócio.

“Estamos fazendo nossa análise”, resumiu, para logo emendar: “O bid da Oi é complexo porque tem uma base de clientes e uma rede neutra oferecendo o serviço àquela base. Ou seja, tem uma terceira empresa que faz parte da negociação, então é um business mais complexo”, falou.

Explicando, a Oi é responsável pelos clientes da Oi Fibra, que somam 4 milhões. Mas a infraestrutura utilizada de fibra óptica é detida pela V.tal, operadora de rede neutra que era da Oi.

“Olhar, interagir com a outra parte, é um processo padrão”, minimizou Griselli, em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira.

O executivo disse que o foco atual da TIM é o serviço móvel, e que o mercado de banda larga fixa passa por um momento de baixa devido à alta competição. Isso tem pressionado os preços para baixo, prejudicando a rentabilidade do segmento. Com isso, se diz satisfeito com os planos de expansão orgânica, sem necessidade de aquisições, por ora.

“Somos essencialmente mobile. O mercado de banda larga no momento não é dos melhores. Os players nacionais estão baixando os preços, está havendo muita disputa, o que pressiona o ARPU e acontece o rouba monte de cliente. Queremos crescer de forma saudável neste mercado. O objetivo é crescer com rentabilidade”, destacou.

Pouco antes, em conferência com analistas, o CEO da TIM Brasil afirmou que a empresa está “subrepresentada em banda larga”, apesar da força da marca. Mas que a estratégia permanecerá no modelo asset light, com ênfase em ampliar a taxa de ocupação da rede. A empresa também está revisando a estratégia comercial, o que pode ter impacto nas adições brutas, mas influência positiva para diminuir a rotatividade de assinantes (churn) e elevar a receita média por cliente (ARPU).

“Estamos defendendo uma proposta de valor mais de nicho, combinando crescimento e lucratividade”, disse.

Outras aquisições?

No que diz respeito ao mercado de provedores, Griselli disse que a TIM tem “uma abordagem ativa em oportunidades não orgânicas”, mas a decisão por uma eventual aquisição levará em conta indicadores financeiros, e não apenas a possibilidade de expandir a rede fixa.

“Há várias empresas sendo adquiridas por alguém. Não é que estejamos querendo comprar, mas o que estamos vendo é que não precisamos ativamente buscar, elas estão vindo até nós”, comentou o CEO. “Estamos vendo oportunidades que se apresentam a nós, mas precisa ser uma oportunidade de aumentar a receita e a margem de fluxo de caixa livre”, falou. (Colaborou Eduardo Vasconcelos)

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Rafael Bucco

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