Está mais difícil conectar novos usuários à internet, conclui a GSMA

67% da população mundial já está conectada, mas ainda existem 500 milhões em áreas sem qualquer tipo de acesso à internet. Previsão é que teles invistam US$ 900 bilhões em redes até 2025 no globo.
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No primeiro dia do Mobile World Congress 2021, a GSMA, entidade de operadoras que organiza o evento, apresentou o novo relatório sobre o estado da economia móvel mundial. O documento mostra que o planeta tem atualmente 5,2 bilhões de pessoas conectadas à internet.

Além disso, estima que um quinto da população mundial viverá em áreas cobertas por redes 5G até o final deste ano. E que as operadoras precisam correr para instalar o 5G, uma vez que em 2030, a tecnologia será responsável pela geração anual de nada menos que US$ 700 bilhões em receitas mundo afora.

Impacto econômico do 5G

Mats Granryd, director general GSMA, anunciou o novo estudo e destacou que as receitas virão de novas soluções em nuvem rodando na borda da rede, Open RAN, Gaia-X (uma rede federada de dados pan-europeia), HAPS (veículos não tribulados para irradiação de sinal), e redes privadas. E só serão alcançáveis se existir muito espectro à disposição das teles.

“A indústria vai investir US$ 900 bilhões em redes até 2025, e 80% disso, em 5G”, destacou.

O executivo lembrou pontos do estudo. Disse que 3,8 bilhões de pessoas ainda estão à margem da internet. Dessas, 3,3 bilhões não querem ou não têm condições de acessar a rede. Enquanto 500 milhões vivem em áreas sem nenhum tipo de conectividade.

Para as empresas, expansão cara e arriscada

O estudo da GSMA aponta justamente para o fato de que está cada vez mais difícil, e caro, acrescentar novos usuários à internet. As redes já estão maduras na maioria das grandes cidades, restando o desafio de avançar por áreas pouco povoadas, onde o investimento é alto e o retorno, difícil de ser obtido no curto prazo. Ao mesmo tempo, as operadoras estão sem caixa para tais expansões para áreas onde o investimento é considerado de maior risco.

O estudo aponta, ainda, que em 2020, o setor de telefonia móvel e serviços gerou valor econômico total global de US$ 4,4 trilhões. Isso equivale a 5,1% do PIB mundial. Em 2025, estima-se um crescimento de cerca de 10%, para US$ 5 trilhões.

O número de conexões de internet das coisas vai quase dobrar até 2025, passando dos atuais 13,1 bilhões acessos para 24 bilhões até lá.

Em termos tecnológicos, os mercados mundiais vão mudar muito até 2025. Na América Latina, teremos 10% da população com 5G e 68% com 4G. Em 2020 não havia ninguém com 5G na área, e o 4G representava 55% dos acessos móveis.

Apesar da evolução, a América Latina seguirá muito atrás da América do Norte, China, Ásia-Pacífico e Europa. Na América do Norte, por exemplo, estima-se que o 5G tenha 51% de penetração em 2025 (ante os 3% atuais) e 45% do 4G. A China terá 48% de 5G e 52% de 4G. Já a Europa, 35% de 5G e 59% de 4G.

O relatório completo pode ser acessado aqui.

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Rafael Bucco

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