Espectro é três vezes mais caro na América Latina, diz GSMA

A população que consome as cestas de celular mais simples são as mais afetadas pelo alto preço cobrado pelo espectro nos países em desenvolvimento, aponta o estudo.

Barcelona – Os países em desenvolvimento cobram preços três vezes mais altos do que os países desenvolvidos pelo espectro usado na telefonia móvel. Essa é uma das conclusões do estudo realizado pela associação GSMA  divulgado hoje, 26, durante o MWC19.

O estudo foi feito com base nas licitações e vendas de frequências realizadas nos países em desenvolvimento e desenvolvidos entre os anos de 2010 e 2017, e apontam que, se  foram cobrados praticamente os mesmos preços entre os dois blocos de países quando se leva em consideração o poder de compra das pessoas (PPP), o valor do megahertz per capta fica três vezes mais caro quando ajustado pela renda per capta do país.

“E o relatório demonstra que há uma relação direta entre preço do espectro e preço da banda larga móvel. A relação entre o preço final e leilão de espectro apareceu para todos os segmentos de consumidores, mas surge com muito mais força nas cestas de serviços de baixo consumo. Ou seja, frequência cara, preço da banda larga mais caro”, afirmou Pau Castells, diretor de análise econômica da entidade.

Segundo o executivo, as políticas públicas estabelecidas pelos diferentes governos interferem diretamente para  a elevação desses preços. E entre as medidas que os governos adotam para elevar o valor das frequências, estão as seguintes:

  • Preço mínimo por megahertz muito alto
  • Limite artificial de disponibilidade de espectro
  • Falta de definição sobre a ocupação das faixas futuras
  •  Desenho dos leilões de venda

O estudo apontou ainda que há uma correlação direta entre espectro caro e dívida pública alta.

Empresas

Além de afetar diretamente o bolso do consumidor, o alto preço cobrado pelas frequências de telefonia celular também afeta o desempenho das empresas, aponta o estudo.

  • As operadoras de celular são menos lucrativas, comparadas com outras indústrias
  • As operadoras podem reduzir os  investimento de longo prazo
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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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