Desvalorização do real eleva prejuízo da Oi a R$ 4,8 bilhões

Desvalorização de 8% do real frente o dólar repercutiu sobre juros da dívida da companhia e contratos de uso de cabos submarinos e satélites no terceiro trimestre. Oi continua crescendo na banda larga por fibra e ganhou clientes no móvel.
Crédito: Divulgação
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A Oi divulgou nesta quarta-feira, 10, o resultado do terceiro trimestre de 2021, quando registrou prejuízo de R$ 4,8 bilhões, 82,4% maior que o prejuízo registrado no mesmo período do ano passado.

A empresa credita à desvalorização do real frente outras moedas o desempenho. Cerca de R$ 3,5 bilhões do prejuízo são resultantes de variação cambial prejudicial à companhia, que possui títulos em moeda estrangeira e ativos no exterior.

Houve impacto decorrente da depreciação cambial sobre os passivos onerosos (contratos de transmissão de dados por cabos submarinos e satélites), além da variação monetária sobre contingências. Até os juros pagos aumentaram em razão dos desembolsos das dívidas atreladas à moeda estrangeira por conta do real mais depreciado, bem como pelo maior CDI e IPCA no período.

A receita da companhia também caiu. Fechou em R$ 4,52 bilhões, depois de encolher 3,9% na comparação ano a ano. O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações), ficou praticamente estável em R$ 1,46 bilhão.

A companhia reduziu os investimentos (Capex) no período em 9,6%, a R$ 1,82 bilhões. Ainda assim, a dívida líquida cresceu 40,7%, para R$ 29,89 bilhões, e o caixa disponível encolheu 27,3%, para R$ 4,13 bilhões.

Operacional

Em termos operacionais, o trimestre não foi positivo para a companhia. Houve queda na base de clientes em banda larga residencial, no B2B e na TV paga por satélite (DTH), unidade esta que está à venda. A Oi Móvel, vendida para Claro, TIM e Vivo, foi a única a atrair novos clientes.

Ao todo, a base de assinantes de quaisquer serviços da Oi tinha 13,73 milhões de contratos ao final de setembro, 4,6% menor que no terceiro trimestre de 2020. A telefonia móvel ganhou 4 milhões de clientes em um ano, mas não foi o suficiente para evitar a erosão da base.

Segmentos

Quanto à receita por segmento, a Oi registrou aumento do faturamento com banda larga residencial graças ao crescimento da quantidade de assinantes de serviços em fibra óptica. A receita líquida com fibra aumentou 96,4% na comparação ano a ano, para R$ 751 milhões, enquanto a rede legada de cobre encolheu 36,6% em geração de receita, para R$ 583 milhões.

O número de clientes em fibra cresceu 81,5%, para 5,9 milhões. No cobre, a empresa ainda tem 4,1 milhões de assinantes (queda de 43,1%).

No3T21, a Companhia manteve o forte ritmo de expansão de rede e acessos de FTTH. O trimestre se encerroucom 13,5 milhões de casas passadas com fibra (Homes Passed –HP’s), adição de 1,4milhão de novos HP’s à base, uma média mensal superior a 468 mil HP’s.

O ARPU de fibra foi de R$ 89 no 3T21, incremento de 1,6% em relação ao 3T20 e 3,1% na comparação com o 2T21.

No B2B, a receita ainda vem sendo impactada pela instabilidade do cenário econômico no país, como resultado da pandemia de COVID-19. As receitas de Dados e serviços legados do Cobre foram impactadas “em especial, por renegociações com algumas empresas e governos”. Assim, a receita líquida Oi Soluções totalizou R$ 571 milhões, uma redução de 14,5% em relação ao 3T20.

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Rafael Bucco

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