Consórcio Amazônia 5G deverá assumir obrigações da Sercomtel

Transferência de licenças da Sercomtel inclui faixa de 3,5 GHz em São Paulo e no Norte; operação está sujeita à aprovação da Anatel

A Sercomtel firmou um acordo para ceder ao Consórcio Amazônia 5G os direitos de uso da faixa de 3,5 GHz nas regiões Sudeste (São Paulo) e Norte do Brasil. A operação envolve a transferência integral das obrigações regulatórias associadas às licenças, como a ativação do 5G nos municípios contemplados e a implantação da infraestrutura de rede de transporte (backhaul). O negócio ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e a expectativa é de que a formalização ocorra nos próximos meses.

Sercomtel. Foto de Devanir Parra
Fachada da Sercomtel, em Londrina (Foto: Devanir Parra/Divulgação)

A cessão faz parte da estratégia da Sercomtel, controlada pela Bordeaux Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, de fortalecer sua presença regional em Londrina (PR) e rentabilizar seus ativos. A companhia não detalhou os valores envolvidos na transação.

Com a operação, o Consórcio Amazônia 5G, que atua na oferta de serviços de conectividade com foco na Região Norte, poderá ampliar sua atuação em áreas estratégicas, incluindo o estado de São Paulo, onde o espectro tem alto valor comercial e técnico. Caso aprovada, a operação exigirá que o consórcio cumpra os compromissos assumidos originalmente pela Sercomtel no leilão do 5G, realizado pela Anatel em novembro de 2021.

O comunicado também esclarece que a Ligga Telecom, operadora do mesmo grupo da Sercomtel, não participa da transação e segue com suas operações inalteradas. A empresa mantém suas autorizações para exploração da faixa de 3,5 GHz no Paraná e continua seu plano de ativação da tecnologia 5G no estado.

A Sercomtel e a Ligga pertencem, ambas, ao fundo Bordeaux, do investidor Nelson Tanure, que arrematou a concessionária de Londrina em dificuldades financeiras em 2020, por quase R$ 1 bilhão – valor que envolveu a tomada, pelo fundo, de R$ 600 milhões em dívidas da estatal municipal e injeção de ao menos R$ 130 milhões. O fundo também comprou a Copel Telecom por R$ 2,4 bilhões no mesmo ano.

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Rafael Bucco

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