Com Trump no poder nos EUA, banco vê como possível a fusão entre Sprint e T-Mobile

Para Wells Fargo, operadoras teriam mais chances de retomar negociações que poderiam resultar em um negócio de US$ 90 bilhões.

shutterstock_ Shawn Hempel_negocios_xeque_mateA eleição do empresário republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode resultar no aval para que a Sprint, quarta operadora móvel em número de assinantes, compre a T-Mobile, terceira colocada.

O mercado financeiro vê como possível a consolidação, uma vez que os assessores escolhidos por Trump até o momento divulgam posições pró-mercado pela menor intervenção possível nas relações corporativas dentro dos EUA – muito embora Trump tenha sido um crítico vocal durante sua campanha da fusão entre AT&T e TimeWarner.

Com a união, poderia se formar uma competidora capaz de lutar pelo segundo lugar no setor, hoje ocupado pela AT&T. Juntas, Sprint e T-Mobile teriam cerca de 130 milhões de assinantes, enquanto a AT&T tem 133 milhões. A líder isolada é a Verizon, com 144 milhões de usuários.

Para o banco Wells Fargo, a centelha chamusca. Tanto que já precifica os ativos envolvidos na negociação. Segundo seus cálculos, se a Sprint voltasse às compras hoje, teria mais que dobrar a oferta feita em 2014 (de cerca de US$ 40 bilhões) para US$ 90 bilhões. O valor considera US$ 60 bilhões pelos ativos mais a absorção da dívida de US$ 30 bilhões da T-Mobile.

O maior indício de que a fusão é uma possibilidade teria vindo do próprio Trump, que anunciou acordo com o banco japonês Softbank, controlador da Sprint, para realizar investimentos de mais de US$ 50 bilhões no mercado norte-americano nos próximos anos. O Wells Fargo reconhece, porém, que o assunto ainda deve ser tratado como mera especulação, já que os valores envolvidos mudaram muito nos últimos anos.

A Sprint chegou a fazer ofertas pela T-Mobile ao longo dos últimos anos, mas suas intenções foram sempre barradas pelo governo do democrata Barack Obama. A própria AT&T tentou, sem sucesso, comprar a T-Mobile no começo da década, mas desistiu após resistência de diferentes órgão da Justiça e do governo daquele país.

 

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Rafael Bucco

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