Com menos de dois meses como CEO, Elon Musk anuncia que deixará comando do Twitter
O bilionário Elon Musk anunciou, na noite de terça-feira (20), que vai deixar o posto de CEO do Twitter. A decisão foi tomada com base em um resultado de uma enquete realizada pelo empresário na rede social.
“Vou renunciar como CEO assim que encontrar alguém tolo o suficiente para aceitar o cargo!”, escreveu Musk. “Depois disso, apenas comandarei as equipes de software e servidores”, acrescentou.
No domingo (18), Musk criou uma enquete no microblog a respeito da sua permanência no cargo. “Devo deixar o posto de chefe do Twitter? Vou respeitar os resultados desta votação”, asseverou.
A enquete teve mais de 17,5 milhões de votos, dos quais 57,5% votaram “sim”, reforçando o coro pela saída do empresário do cargo.
Should I step down as head of Twitter? I will abide by the results of this poll.
— Elon Musk (@elonmusk) December 18, 2022
CONTROVÉRSIAS
A decisão de Musk de deixar o comando do microblog ocorre menos de dois meses depois da compra da empresa. O dono da Tesla e da SpaceX anunciou a aquisição da rede social no dia 27 de outubro, pelo valor de US$ 44 bilhões, após o envio de propostas ao longo do ano de 2022.
Apesar do curto período como CEO, Musk se envolveu em diversas polêmicas. Logo que adquiriu o Twitter, demitiu os membros do conselho de administração e, uma semana depois, promoveu um corte em massa que atingiu quase a metade da força de trabalho da empresa.
Outra polêmica de sua gestão foi a decisão de cobrar US$ 8 por mês pelo selo de perfil verificado, até então gratuito e disponibilizado a usuários com projeção pública, como artistas, políticos, autoridades e empresas. Contudo, como qualquer usuário poderia pagar pelo timbre, passando a sensação de que se tratava de um perfil oficial, a implementação da ferramenta causou uma grande confusão na rede, de modo que Musk resolveu remodelar o serviço.
Na segunda quinzena de novembro, parte dos empregadores remanescentes do corte promovido no início do mês resolveu deixar a empresa após Musk exigir que os funcionários trabalhassem “longas horas em alta intensidade” ou fossem embora.
Na semana passada, sob ordens de Musk, o Twitter suspendeu a conta de vários jornalistas que fizeram reportagens sobre o empresário. O bilionário alegou que a decisão foi tomada em função de a sua localização ter sido exposta por um usuário da plataforma.
Na ocasião, veículos jornalísticos, entre outros pontos, ressaltaram que a medida vai na contramão da afirmação de Musk de que ele pretendia manter o Twitter como uma plataforma dedicada à livre expressão. Após críticas da imprensa, de entidades e de políticos, as contas foram reativadas.