Com foco em TaaS, WDC registra lucro de R$ 4,7 milhões no 1º trimestre
A WDC Networks obteve lucro líquido de R$ 4,7 milhões no primeiro trimestre deste ano. Com o resultado, a fornecedora de equipamentos de telecom, tecnologia corporativa e energia solar reverteu os prejuízos registrados no mesmo período do ano passado (R$ 6,4 milhões) e no quarto trimestre de 2023 (R$ 9,9 milhões).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) totalizou R$ 68,1 milhões, alta de 18,6% na comparação anual. A margem chegou a 32,5%, avançando 9 pontos percentuais em 12 meses (23,5%, no primeiro trimestre de 2023).
Em trecho do balanço financeiro divulgado nesta semana, a empresa diz que o resultado positivo “é explicado pela melhora da margem bruta, disciplina no controle de despesas operacionais e financeiras”. Também alega que os números refletem o esforço “no reposicionamento estratégico de evitar vender a qualquer preço”.
Aluguel de equipamentos
No informe financeiro, a WDC ressalta que “está em plena transformação de seu posicionamento estratégico, deixando de se focar em venda de produtos para a venda de soluções”. Na prática, a companhia está reforçando o modelo de TaaS (Technology as a Service, ou tecnologia como um serviço), por meio do qual, em vez de vender de forma tradicional, fecha contratos de locação de equipamentos com empresas e provedores – uma das parceiras desse negócio é a Huawei.
A WDC indicou que o processo de redirecionamento dos negócios deve se prolongar por todo o ano de 2024. Após esse período, a fornecedora tem a expectativa de trabalhar com um portfólio maior de serviços e se diferenciar “da concorrência pura de preços”, como antecipou ao Tele.Sintese no fim do ano passado.
“Mesmo que a princípio tenhamos um ritmo mais modesto na expansão do volume total de vendas, devemos apresentar uma melhoria de nossa rentabilidade”, sinaliza a distribuidora.
No primeiro trimestre, a WDC registrou receita líquida de R$ 209,5 milhões, queda de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas no formato TaaS somaram R$ 78,6 milhões, alta de 3,9%. O modelo, inclusive, passou a representar 37,5% do faturamento, percentual superior ao observado no trimestre inicial de 2023 (30,9%).
A empresa ainda informou que, no primeiro trimestre, os contratos de TaaS acumularam um saldo de R$ 853,2 milhões em receitas futuras contratadas (backlog). Entre janeiro e março, a companhia celebrou 309 novos contratos de aluguel de equipamentos com prazo médio de 50 meses, que totalizaram R$ 69,2 milhões. O tíquete médio ficou em R$ 224,1 mil.
Segmentos
Entre os componentes da receita, o destaque foi o segmento corporativo (também chamado de enterprise). A receita líquida da divisão cresceu 35,8% na comparação anual, para R$ 80,1 milhões. O resultado foi puxado pelas vendas de soluções de cibersegurança e segurança eletrônica, além do desempenha da filial na Colômbia.
Carro-chefe da empresa, a vertical de telecom registrou um faturamento de R$ 104,8 milhões no primeiro trimestre – vale destacar que TaaS representou 58,3% da receita líquida do segmento. O montante aponta baixa anual de 15,1%. A WDC atribui a queda à “desaceleração da base de assinantes” de banda larga em fibra.
Já a divisão de energia solar registrou uma redução de 60,1% em receitas em relação ao primeiro trimestre do ano passado. As vendas líquidas totalizaram R$ 24,6 milhões. “Estamos atuando de forma mais cautelosa, priorizando negócios mais lucrativos, com melhores margens”, diz a fornecedora a respeito da vertical.