Cobertura da frequência de 450 MHz chega a 38 Km em campo

Mesmo com menor alcance ao prometido, as operadoras avaliam que essa faixa é fundamental para o atendimento à área rural brasileira.
(Shutterstock/Argus)

A frequência de 450 MHz não tem uma cobertura prometida de 50 Km de raio, como diziam os fabricantes e os testes de laboratório. No campo, ela alcança no máximo 38 Km. Apesar de o alcance da faixa ser menor ao que era prometido, as operadoras de telecomunicações avaliam que ainda assim tem um grande alcance, e o seu uso é de fundamental importância, principalmente para integrar a área rural brasileira ao mundo da Internet das Coisas (IoT).  Essa constatação  por parte das operadoras foi confirmada no AGROtic grãos e fibra, realizado em Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, pela Momento Editorial.

Segundo Alberto Boaventura (foto), gerente de Estratégia e Arquitetura de Redes da Oi, mesmo com esse alcance confirmado  em campo, a empresa otimiza muito mais os investimentos.  “A faixa de 1,8 GHz, que também recebe a tecnologia LTE, de quarta geração, precisa de 14 vezes mais sites do que a de 450 MHz”, explicou.

Conforme o executivo, a LTE na faixa mais baixa já é uma realidade, tendo em vista que, além do Brasil, mais de 10 países a estão adotando para a cobertura das áreas rurais.

Escala

Eduardo Takeshi, (foto), gerente de Big Data, IoT e M2M da Telefônica-Vivo, por sua vez, observou que a empresa, que iniciou os testes na faixa de 450 MHz na cidade de Piracicaba, em São Paulo,  está dando especial atenção para o modelo de negócios a ser adotado, com vistas também à escala. “Para IoT dar certo é preciso ter robustez para massificar. A conectividade no campo demanda uma novo modelo de negócios”, avalia ele.

Segundo o ele, em 2025 a IoT poderá acrescentar entre R$ 50 a R$ 200 bilhões à economia brasileira.

Já Diego Gomes, gerente de Negócios de IoT da Claro Brasil afirmou que a empresa já possui alguns aplicativos para o campo. E uma das prioridades da empresa é dar o tratamento adequado a tanta informação que será colhida com a implementação da IoT no campo. “Um hectare de agricultura vai produzir mais de 32 GB de dados por ano. Somente os algorítimos serão capazes de lidar com tanto”, afirmou o executivo.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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