Claro e TIM defendem solução de mercado para roaming nas estradas

Para Claro e TIM, teles têm condições de chegar rápido a um denominador comum sobre o roaming nas estradas. Anatel busca diálogo.

A cobertura de roaming das estradas deve ser resolvida através de acordos comerciais entre as operadoras, e não via regulação, opinaram hoje, 28, executivos da Claro e da TIM no evento InfraConnect, organizado por Anatel e ANTT, em São Paulo.

Segundo Alberto Griselli, CEO da TIM, ao levar conectividade para o campo e para as rodovias, há impacto positivo para o entorno, melhorando a cobertura em localidades, cidades, escolas, postos de saúde. Mas esse investimento deve ser feito de forma eficiente, sem sobreposições desnecessárias.

“Vai ter uma rede da Claro, uma da TIM, e uma da Vivo numa estrada? Não faz muito sentido. Então temos que encontrar um acordo que seja sustentável para fazer um investimento produtivo e que não desperdice recursos”, ponderou.

Griselli defendeu que as empresas concordem com um amplo acordo de roaming, pelo qual o consumidor segue conectado numa rodovia mesmo quando a sua operadora de origem não tem sinal local. A TIM ganhou no evento o Prêmio Infraconnect na categoria Conectividade e Infraestrutura das Rodovias com Projeto Rodovia Conectada, que abrange 4,7 mil Km de estradas.

No mesmo evento, o presidente da Claro Brasil, José Félix, também disse que o roaming é necessário. Segundo ele, a receita média por usuário de pré-pago no Brasil é de apenas dois dólares por mês. Muito pouco para permitir a instalação das redes em todas as áreas.

“A gente tem que se entender e chegar em um acordo rápido. Então, acho que esse encontro aqui pode ser a semente para a solução de uma série de problemas sérios”, disse Félix.

Moderador do debate, Alexandre Freire, conselheiro diretor da Anatel, lembrou que é o relator de um processo que trata do roaming nas estradas. Sem dar pistas do andamento da análise, disse que a Anatel busca a solução mais adequada ao desenvolvimento das telecomunicações no país. “Vamos construir uma solução dialogada, sempre a partir de uma concepção de Estado, de política pública, desenvolvimento, e principalmente, inclusão digital”, afirmou.

O debate contou também com a presença de Camilla Tápias, vice-presidente da Vivo, que não falou de roaming, mas defendeu que as empresas tenham como propósito conectar cada vez mais pessoas. “A conexão reduz a desigualdade social e leva ao desenvolvimento do país”, ressaltou.

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Rafael Bucco

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