Claro Brasil tem crescimento de 18,1% na receita móvel no 1º tri

Crescimento foi puxado pelo pós-pago. Empresa diz que os efeitos da crise da Covid-19 ainda foram pouco sentidos. Mas projeta um cenário de retração do PIB, aumento do desemprego e da inadimplência para os próximos meses.

A Claro Brasil divulgou na noite desta terça-feira, 28, seus resultados referentes ao primeiro trimestre do ano. A companhia apresentou crescimento de 3,5% da receita líquida total, que somou R$ 9,3 bilhões. O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) cresceu 7,8%, para R$ 3,68 bilhões. O resultado foi puxado pelo mercado móvel, no qual faturou R$ 3,43 bilhões, uma alta de 18,1%.

O desempenho móvel não contém os dados da Nextel, adquirida no final de 2019, que apresentou receita de R$ 589 milhões e EBITDA de R$ 147 milhões.

Em comunicado enviado à CVM, a Claro explica que nos últimos doze meses adicionou 3,9 milhões de linhas pós-pagas a sua base, o que contribuiu para o salto. Com isso, passou a ter 28,3 milhões de usuários no pós, superando os acessos pré-pagos.

A base pré-paga seguiu encolhendo e chegou a 26,8 milhões de acessos. Mas, diz a empresa, tem sido fundamental para atrair novos clientes à modalidade controle.

Ao final de março, a companhia possuía 55,1 milhões de clientes no celular “mantendo a liderança na portabilidade com uma grande margem, registrando um recorde no volume de portabilidade numérica”, afirma. A adesão de clientes ao pós foi impulsionada por “planos com voz ilimitada, internet de alta qualidade e serviços digitais, como Claro Música e Claro Vídeo, de alto valor agregado”, diz.

A receita média por usuário cresceu tanto no pós, quanto no pré. Considerando todo o universo, houve aumento médio de 18,4% nos gastos por cliente.

Banda larga fixa

Em relação aos serviços fixos, a empresa destaca a banda larga residencial, que apresentou crescimento nas receitas de 11,2% no primeiro trimestre de 2020, quando comparado ao mesmo período de 2019. A Claro adicionou 104,5 mil novos acessos banda larga entre janeiro e março. A rede de fibra óptica da companhia alcançou 69 cidades.

“Em “ultrabroadband” (conexões acima de 34 Mbps) alcançamos 6,4 milhões de acessos em fevereiro/20, mantendo nossa sólida liderança com 44,30% de participação de mercado neste segmento, tendo capturado 29,43% do crescimento nos últimos 12 meses, equivalente a mais de 1,6 milhões de clientes”, afirma.

A Claro diz, ainda, que sua plataforma de vídeo sob demanda atingiu a quantidade de 66 mil títulos e foi responsável por 259 milhões de transmissões (streamings) no primeiro trimestre.

Mercado corporativo

No relatório trimestral a empresa explica que ainda não sentiu fortemente os efeitos da crise econômica esperada em função da pandemia de Covid-19. Sua unidade de serviços ao segmento corporativo (Embratel) apresentou crescimento de 15,1% na venda de serviços de TI em relação ao primeiro trimestre de 2019. O que era esperado.

A fim de se adequar à pandemia, a Embratel rapidamente focou a oferta de produtos que tendem a ser mais demandados no momento, como os que viabilizam o home office. Entram, neste caso, produtos de conectividade, colaboração de equipes, redes privadas virtuais e segurança.

Covid-19

No relatório, a Claro ressalta que a pandemia do Covid-19 vem gerando um ambiente sem precedentes vivido no país. Há indústrias paralisadas, estabelecimentos comerciais fechados e parte da população reclusa, sendo mantidas apenas as atividades consideradas essenciais para atendimento à sociedade.

A companhia diz que os efeitos adversos dessa realidade ainda são incertos. Mas trabalha com a previsão de retração da economia, aumento do desemprego, maior restrição a crédito e elevação da inadimplência.

Por conta deste cenário, diz que os próximos meses serão muito mais desafiadores. Por isso, “tem adotado e continuará adotando as medidas necessárias para minimizar os efeitos adversos sobre os negócios, com vistas a manter a saúde financeira e liquidez da Companhia”.

Entre os clientes, vem “flexibilizando” as políticas de cobrança. Também acelerou a digitalização do atendimento. Para os funcionários, colocou a maioria em home office desde o início do isolamento social. “Para aqueles cujas atividades são essenciais, como é o caso dos técnicos de campo, disponibilizamos todos os equipamentos de proteção necessários para que continuem trabalhando de forma segura”, finaliza o relatório.

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Rafael Bucco

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