ChatGPT ainda não atende requisitos de precisão, indica força-tarefa da UE
O ChatGPT ainda não atende aos padrões de precisão de informação estabelecidos pela União Europeia (UE), indicou o Comitê Europeu de Proteção de Dados (EDPB, na sigla em inglês), em relatório preliminar sobre o chatbot de Inteligência Artificial (IA) da OpenAI.
A avaliação decorre de uma força-tarefa montada pela autoridade europeia em abril do ano passado a respeito do funcionamento da IA generativa mais famosa do mundo. Segundo o documento, apesar dos esforços da OpenAI, o ChatGPT ainda produz resultados inconsistentes com os fatos, de modo que a ferramenta não garante, portanto, total conformidade com as regras de proteção de dados da UE.
A força-tarefa, vale lembrar, foi criada após autoridades nacionais de proteção de dados terem iniciado investigações em separado sobre o ChatGPT. Apurações desse tipo foram anunciadas por órgãos da Itália, França e Espanha, por exemplo.
“Embora as medidas tomadas para cumprir o princípio da transparência sejam benéficas para evitar interpretações errôneas dos resultados do ChatGPT, elas não são suficientes para cumprir o princípio da precisão dos dados”, afirma o EDPB, em trecho do relatório, divulgado na sexta-feira, 24.
A precisão dos dados é um dos princípios orientadores do conjunto de regras de proteção de dados da UE. O relatório indica que alguns Estados-membros ainda seguem investigando a ferramenta da OpenAI individualmente. Desse modo, ainda não há uma conclusão definitiva sobre o futuro do ChatGPT no bloco.
“Devido à natureza probabilística do sistema, a atual abordagem de formação conduz a um modelo que também pode produzir resultados tendenciosos ou inventados”, diz o documento.
A autoridade europeia ainda demonstrou preocupação com a assimilação das informações apresentadas pela ferramenta. “Os resultados fornecidos pelo ChatGPT provavelmente serão considerados factualmente precisos pelos usuários finais, incluindo informações relacionadas a indivíduos, independentemente de sua precisão real”, alerta a órgão.