Cesta de pré-pago: Brasil tem minuto mais barato por ligação on net

Em uma cesta de 100 minutos de voz no pré-pago, considerando que 90% deles são em ligação on net, a cesta sai por US$ 6,6 e coloca o Brasil em 5º. Mas se considerar 53% de ligações on net, como a UIT, a cesta sai por US$ 10,4 e a colocação do Brasil sobe para 13º em 18 países.

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O SindiTelebrasil divulgou hoje, 16, os dados comparativos dos preços dos serviços de telecomunicações no país frente a diferentes nações do mundo e disse que as telecomunicações brasileiras continuam a ser uma das mais baratas do mundo. Segundo o presidente, Eduardo Levy, o minuto do pré-pago ficou em 7 centavos de dólar, já considerada a elevada carga tributária brasileira,  na peculiar cesta de consumo também brasileira.

O sindicato compara o país com 18 outras nações, que congregam 55% da população mundial.  A esse  preço, o Brasil fica na quinta  posição entre o mais barato, atrás de China, Rússia, Índia e México. Nessa cesta, o sindicato põe na cesta 100 minutos de ligações, das quais 90% são  ligações on net (ou seja, ligações para a mesma operadora, quando normalmente a empresa não cobra nada, ou cobra um preço muito mais barato do que para outras empresas), 5% para celular de outra operadora e 5% para telefone fixo).

Segundo Levy, em janeiro deste ano, 90% das ligações de celulares ainda eram on-net e em novembro  85% ainda on net, apesar da sensível redução da tarifa de interconexão (VU-M) que a Anatel está promovendo.

Cesta UIT

Figura-4-3-Valor-da-Cesta-UIT-em-USS

Se for levar em conta a mesma cesta que a UIT (União Internacional de Telecomunicações) usa para fazer a comparação de preços entre mais de 80 países,a posição do Brasil pula para impressionante 13º lugar entre os 18 países usados no estudo do SinditeleBrasil, e o preço da cesta sobe para US$ 10,4 pelos 100 minutos de conversa por mês, valor bem maior do que a nossa renda média.

E é por isso que Levy afirma que se o sindicato adotasse os valores da cesta da UIT, a receita de telefonia móvel das operadoras de celular não seria de R$ 100 bilhões, como foi no ano passado, mas seria de R$ 268 bilhões e o pagamento do ICMS não seria de R$ 34 bilhões, como foi em 2015, mas de R$ 67 bilhões.

Tabela-2-1-Composicao-das-cestas-de-servicos-de-utilizacao-do-celular-pre-pago

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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