CEO da TIM vê aprovação da compra da Oi Móvel este ano

Para Pietro Labriola, movimento do Cade em declarar a complexidade da venda da Oi Móvel não deve ser encarado como ameaça à concretização da transação. Executivo admite, no entanto, que podem ser impostos remédios, mas diz duvidar que tais remédios impactem o modelo de negócio proposto.

O CEO da TIM, Pietro Labriola, procurou jogar panos quentes na polêmica do final da última semana, de que o Cade poderia dificultar a compra da Oi Móvel pelo trio rival formado por TIM, Claro e Vivo. Para ele, era mais do que esperado que em algum momento a autarquia considerasse a transação complexa e pedisse diligências para aprofundar as análises.

“Todo mundo ficou apavorado porque classificaram como uma operação complexa. Não era nada diferente do que estávamos aguardando. Essa operação vai ser concluída até o final do ano. Operações como esta muitas vezes são concluídas com alguns remédios. Mas nossa expectativa é que não seja nada impactante para o negócio”, afirmou o executivo em coletiva de imprensa nesta manhã.

Mário Girasole, vice-presidente de regulatório da TIM, opinou ainda que as análises mencionadas pelo Cade vão demonstrar que a operação foi pensada pelos proponentes para ser totalmente compatível com os regras de competição brasileiras, tanto por parte do Cade, quanto da Anatel.

“Os tipos de perguntas que foram feitos [pelo Cade] apontam para dúvidas sobre MVNOs, backhaul, que são ambientes que já frequentamos. A nosso ver, haverá convergência do ambiente regulatório, uma vez que a operação já aborda as questões na forma como foi construída. Então está tudo indo na linha do esperado”, disse.

A analistas, eles ressaltou que nos últimos três anos o Cade declarou a complexidade de 22 operações de fusão e aquisição, e aprovou 18, uma foi abandonada e três estão tramitando.

Preparação

A confiança é de fato tão grande que a TIM não está parada esperando o sim das autoridades para preparar sua rede à incorporação dos ativos da Oi Móvel. Leonardo Capdeville, CTIO da operadora, contou que a operadora já está reforçando a rede com novos rádios, especialmente para poder utilizar o espectro que receberá quando for concluída a compra. Com mais espectro, ele prevê melhora da qualidade da banda larga móvel tanto para o cliente atual da TIM, quanto para o cliente da Oi Móvel que será transferido para a base da operadora.

Adrian Calaza, CFO da TIM Brasil, ressaltou também que a empresa está capitalizada graças à emissão recente de debêntures e à venda do controle da Fiberco ao grupo IHS. Além disso, contou, poderá lançar mão no final do ano, ou no começo do próximo, de mais uma emissão de títulos no valor de R$ 1 bilhão. Por enquanto, falou, o fluxo de caixa seria capaz de sustentar a fusão.

Labriola, o CEO, comentou ainda que as compradoras acompanham atentas os índices de desempenho da Oi Móvel. Por contrato, esses índices devem se manter em determinado patamar para que o preço cheio de R$ 16,5 bilhões seja de fato pago à Oi. Caso haja flutuações, o valor pode mudar. “Por enquanto, estamos de olho, não houve mudanças”, afirmou.

Por fim, Labriola agradeceu, emocionado, o trabalho de Adrian Calaza. O CFO deixa a TIM e agosto, e voltará para a Argentina, onde ocupará cargo executivo em outra empresa. “Gostaria de agradecer meu irmão Adrian. Depois de cinco anos trabalhando ao lado dele, quero agradecer seu grande suporte. Essa empresa não seria a mesma sem ele. Meu melhor parabéns e boa sorte”, concluiu.

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Rafael Bucco

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